Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
quinta-feira, 29 de maio de 2008
No meu tempo…
No meu tempo, a escola não era assim. Embora pareça a minha avó a falar, qualquer leitor que já não frequente a escola ou já frequente há algum tempo (como eu, digamos) dar-me-á razão.
Mesmo sendo desse tempo, dou por mim a escrever sobre uma conversa que ouvi no café, um dia destes, enquanto tomava o meu pequeno-almoço e, como me chamou à atenção, resolvi chegar a casa e fazer umas perguntinhas aos meus pais. Após um breve período de reflexão, decidi fazer este texto, para mostrar o quanto o ensino mudou.
Pergunto-me então: “Quem não se lembra dos ditos “bolos”?”, as reguadas, dos castigos e dos “puxões de orelha?”... tempos muito duros, dizem os meus pais que ainda se recordam tal e qual como se fosse hoje. É claro que eu ainda sou nova e não passei por nada disso, a não ser ter levado com a caninha na cabeça, da professora primária, quando fazia as minhas asneiras, mas nada comparado com os meus pais. E claro que não fui só eu, fui eu e todo o pessoal da minha idade que não passou por nada disto.
O resultado está à vista. Dantes os alunos levavam “autênticos enxertos de porrada” mas “ andavam na linha”, “certinhos”, agora fazem umas festinhas e isto parece uma “ balbúrdia”. Tudo isto porque os professores não podem bater nos alunos.
Se não acreditam, pensem: antigamente, ai de quem não fizesse um trabalho, ou copiasse, ou melhor, se entregasse fora da data estipulada, até tremiam quando o fossem entregar ao professor(a). Agora não. Agora, os estudantes “mitram-se” uns com os outros. Uns não fazem, outros entregam fora das datas e, no meio disto tudo, ainda existem aqueles que compram o “ betinho” da carteira da frente para fazer por eles, pois têm um trabalho bom garantido. É claro que nem sempre o “betinho” aceita, pois às vezes já têm muito que fazer e, por isso, recorrem ao” morcão” da mesa detrás, que apesar de não ser tão inteligente ainda vai fazendo umas coisinhas.
É por estas razões que nós estamos assim. Um país inculto, pois um ou dois trabalham para os restantes andar na boa vida. Tal como diz o ditado: “ De pequenino se torce o pepino” e se não tivermos quem o faça torcer, com um bom sistema de educação, não vamos a lado nenhum, pois “cepa torta, tarde ou mesmo nunca se endireita”.
Ana Rita Costa , 11.ºB
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