sexta-feira, 16 de maio de 2008

Portugal em Remodelação!



Durante a época dos descobrimentos, foram muitos os países que se destacaram como grandes potências mundiais, entre eles, um pequeno e aparentemente desprezável, Portugal.
É por ele que preservo, e sempre preservarei, um orgulho imenso, pois admira-me e fascina-me saber que este, apesar das dimensões e fontes de riqueza que possui, conseguiu, num dado momento da história, “ter o mundo a seus pés”. Mas se por um lado me fascina, por outro desilude-me saber que outrora, um povo de nobres valentes guerreiros, se tenha deixado aluir até este ponto.
Um dos pontos que mais destaca o povo Português é o “negativismo”. Foram várias as situações a que eu assisti que realçam esta ideia aqui referida. Tenho conhecimento que, em países como a Alemanha ou a Holanda, as crianças, ou até mesmo jovens e adultos deitam-se por volta das oito e meia da noite, pois a essa hora costuma acabar o horário nobre. Pois bem, em Portugal passa-se completamente o contrário, o horário nobre começa por volta das nove e meia e dormir cerca de seis a sete horas é que é “fixe” e aceite pela sociedade, mesmo tendo esta conhecimento que as horas de sono são vitais para o ser humano.
Por volta dos 16 anos, quase todos os jovens Americanos trabalham, independentemente do estatuto económico, e é também costume irem viver com amigos por volta dos 21. Mas como seria de esperar Portugal tem um sistema bastante diferente. Aqui, trabalhar é um motivo de vergonha e, normalmente, só trabalha quem necessita. Quer dizer, para além da vida económica dos Portugueses que é aparentemente má, “os meninos” não têm de trabalhar, não vá o vizinho pensar que estão cheios de dividas ou com falta de dinheiro. Mas é ainda maior a admiração de certos cidadãos Portugueses ao tomarem conhecimento de que certos jovens Americanos saíam de casa dos pais para irem viver com amigos com apenas 21 anos. Bem, mas é também este ponto aquele que mais me admira e me provoca uma certa incompreensão, não relativamente aos jovens Americanos, pelo contrário, quem me espanta é a sociedade Portuguesa. Como será possível alguém achar esta situação tão estranha e, ao mesmo tempo, darem liberdade excessiva aos seus filhos? É que em Portugal sair de casa é muito estranho, mas sair à noite com apenas 13 anos e apanhar uma bebedeira enorme é perfeitamente normal, próprio da idade. No meu ponto de vista, a adolescência é a idade certa para se começar a organizar a vida, para se irem criando as bases, não para as destruir. São estes e outros comportamentos que se destacam pela negativa, mas que, pelos vistos, são bastante apreciados por esta sociedade.
São constantes as queixas do povo Português: recebem pouco, as reformas são miseráveis, os juros não param de aumentar, etc. Mas assim que chegam as férias, parece que tudo se esquece da má vida que anda a ter, pois são poucos os que por cá ficam. O dinheiro é cada vez menos, as dívidas aumentam, mas há sempre lugar para mais um empréstimo. A gasolina que não pára de subir parece não ser problema para os Portugueses, pois são dos povos Europeus que menos andam a pé ou de bicicleta. Bem, mas pelo menos, alguma coisa mudou desde o tempo de Eça, pois os Portugueses já não se contentam com qualquer coisa, mas como em tudo na vida, ainda não conseguiram encontrar um meio termo.
Apesar desta mentalidade medíocre, há ainda comportamentos e hábitos arrastados desde a ditadura. É perceptível a diminuição de número de crentes em Portugal. Contudo, esta diminuição tem um lado bastante positivo. Com a queda da ditadura, o Cristianismo tornou-se opcional e é precisamente este opcional que faz toda a diferença, pois agora, apesar de poucos, os cristãos são na sua maioria “verdadeiros”. A hipocrisia tem assim diminuído.
A base e toda a estrutura de uma sociedade fazem-se, principalmente, devido ao poder económico, mas não só. Uma mentalidade sã e partilhada por uma grande maioria das pessoas pode fazer a diferença, como é o nosso caso. Infelizmente para nós, esta diferença é feita pelo lado negativo e é uma das principais causas que nos colocam a umas boas décadas dos “Grandes Estados”.


José Pedro Ramião, 11ºC

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