sexta-feira, 16 de maio de 2008

Todos iguais é que é moda!


Questiono-me se, hoje em dia, andamos todos a competir uns com os outros. “Uns” têm o último grito das sapatilhas da nike e “outros” apressam-se a adquirir umas iguaizinhas. “Uns” compram telemóveis da última geração e “outros” acampam à porta das lojas à espera da última encomenda que os irá tornar mais “in” e mais conhecidos lá na escola.
Estes factos levam-me a questionar, mais uma vez, se o nosso objectivo é sermos reconhecidos pelas nossas diferenças ou ficarmos apagados no meio da “carneirada”. Realmente, o conceito de “carneirismo” cabe como uma luva à nossa juventude. Claro que eu também sou jovem, mas ao contrário que os adultos pensam, consigo pensar e reflectir sobre aquilo com que me deparo diariamente.
Os “meninos bem” vestem marcas da cabeça aos pés e acham um “horror” tudo aquilo que não vem etiquetado com um nome “a dar no olho”. E o que farão os “meninos não tão bem” que já ficam felizes apenas por ter roupa para vestir? São postos de lado, é claro. Não são iguais, ficam excluídos do grupo. Ora então, a diferença e a originalidade traz consigo a discriminação? E logo eu, que acreditava na veracidade e na boa vontade do slogan “ Todos diferentes, todos iguais”. Afinal, só os que são todos iguais podem ser admirados. Por quem? Por aqueles que são iguais a eles, está claro!
Tudo isto me leva a questionar-me de novo. E eu? O que faço? Qual é o meu papel? Torno-me igual aos outros ou arrisco-me a marcar a diferença? Decisão difícil esta!
Tantas decisões, tantas indecisões, tantas pressões com que um jovem de tenra idade tem de lidar. E acresce o facto de tudo isto ser provocado por outros jovens de tão tenra idade. Sim, pelos jovens, porque os pais, adultos e racionais, deixam-se levar pelo coração e de tudo fazem para agradar às suas “criancinhas”. E volto a questionar-me: “quem manda afinal? Os atentos e dedicados pais ou as criaturas manipuladoras que criam dentro das suas casas e que idealizam inocentes e ingénuas?” Cada vez mais acredito que são estas últimas, pois a autoridades está fora de moda (tanto para pais como para professores). Abaixo a autoridade! E assim vou vivendo, não num mar de contentamento, como dizia o poeta, mas num mar de questionamento e dúvida. Certezas? Só uma na vida, e essa sim é a única que é IGUAL para todos.


Ana Cristina Novo, 11º C

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