sexta-feira, 24 de junho de 2011

Meia-Noite em devaneio


Meia-Noite
Anoitecemos o tempo em que me davas a mão... ateamos gelo pálido ao nosso rio. Fica, mas não existas. Vem solidãorizar-te comigo.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Devaneios sobre uma imagem



Companhia  e solidão, o mesmo caminho em sentidos opostos. É óptimo ter alguém em quem nos possamos apoiar ou que  nos reconforte e também nos proteja.     
Às vezes imagino que estou  num lugar onde tudo me é estranho e diferente e só sinto a solidão a trespassar-me os ossos e os tecidos, e penso no que iria [poderia] sentir nessa altura, o quão seria bom ter alguém para me apoiar ou mesmo que se sentasse ao meu lado  e apenas  me transmitisse segurança.   
 Esse acontecimento acredito que iria mudar a minha perspectiva de ver o mundo e [?] dar valor às coisas que, por vezes, parecem insignificantes como um aperto de mão ou um abraço.
Atrevo-me a  dizer que apenas as pessoas que conhecem  a verdadeira solidão são capazes de dar o devido valor  à amizade.
Mas a solidão não afecta apenas os humanos, afecta também dezenas de animais abandonados que iriam adorar ser adoptados ou, simplesmente, receber algum conforto.
Todos os dias vemos casos que nos deixam perplexos,  com  notícias de  pessoas encontradas  mortas dentro das suas  próprias casas durante anos, crianças abandonadas, sem abrigo, etc.  Esses milhares  de pessoas devem sentir a verdadeira solidão e não duvido do quanto teriam ficado agradecidas se alguém lhes tivesse estendido a mão.  Isto permite-me tirar várias conclusões e reflectir  sobre o mundo em que vivemos hoje. 


Tiago Barros

domingo, 19 de junho de 2011

Devaneios sobre uma imagem

 











Será de mim,
ou não encaixo neste mundo
simples e rotineiro
onde tudo é sempre igual?
Será apenas para mim
a vida difícil e asfixiante,
que desde pequeno fui obrigado a viver?

Não, algo está errado.

Como poderei eu,
Ser consciente da minha
própria insignificância,
desejar mais do que o que me foi destinado e endereçado,
pelo Monstro que me decidiu dar vida
e não a qualquer outro dos milhares, talvez milhões,
que tentaram, sem sucesso,
tomar o lugar que foi meu?

Talvez deseje mais porque me é permitido desejá-lo;
mas nunca alcançar.
A eterna sensação de falhanço corrói-me,
e faz-me voltar à vida dos sem vida.

Normais, afirmar-se-iam eles;
Cordeiros que seguem aquele caminho,
porque Alguém lhes disse(ram) que assim era o correcto.

E a vida passa,
segundos, minutos, horas, dias…
Até que estaco. E pasmo perante o alcançável
apenas através do plano do imaginário.

Estava certo.

O problema não está no mundo,
mas sim no meu desinteresse
por tudo ao que aos cordeiros basta.



Hugo Gonçalves

Devaneios sobre uma imagem




Caí. Estou ferida. Tento-me levantar mas o meu corpo não reage. Parece que falta algo, TU. O meu corpo, tal como a minha mente, ficaram viciados. Estou a tentar raciocinar, e agora percebo o que se passa. Abandonaste-me. Quanto mais penso, mais dor sinto. Agora percebo que tudo não passou de uma ilusão. Percebo que o teu “ AMO-TE “ era uma simples palavra, sem qualquer valor sentimental. Sinto o meu rosto molhado das lágrimas. À medida que as lágrimas vão caindo, só me apetece gritar “ PORQUÊ?”. Cria-se um sentimento, que não é novo para mim, mas nunca tinha sentido com tanta intensidade. Ódio. Desejo-te coisas horríveis, até mesmo a tua morte. Mas apercebo-me que isto não me leva a nada.
Levo as minhas duas mãos ao meu rosto e limpo-o. Insegura e fraca levanto-me aos poucos. Reparo na realidade, como ela é tão diferente da ilusão que vivi.
 Passo por ti. Ignoras-me. Algo de estranho aconteceu. Não senti nada. Passaste da pessoa mais importante, para um ser insignificante qualquer.
Agora só te quero agradecer. OBRIGADA ! 
Obrigada por me tirares dessa ilusão !

Não chores porque acabou, mas sorri porque aconteceu. Se pensarmos que a vida é um ciclo, o fim de uma coisa, é o inicio de outra.



Ana Sofia Lomar

Devaneios sobre uma imagem



Apenas uma imagem!



A quantidade de mensagens que uma “simples” imagem nos consegue transmitir.
Inicialmente, quando olhei para esta imagem, fez-me pensar na inutilidade do ser humano, e como isso podia ser tão traumatizante. Se calhar esta ideia surgiu-me porque o meu estado de espírito não era o mesmo ou até o melhor, provavelmente, até me teria aborrecido com aquela quantidade de informação que temos que assimilar na escola ou mesmo porque não estava sol e estava a chover, a verdade é que hoje olho para a imagem e ela dá-me um certo poder. Parece que sou capaz de enfrentar tudo, até mesmo um obstáculo tão desmedido como o glaciar da imagem sendo eu tão pequena como aqueles exíguos pinguins. As estalagmites dão-nos a sensação da dimensão dos nossos sonhos, visto que são voltadas para cima podendo nunca ter fim. Contudo, o facto de estar presente um par de pinguins faz com que percebamos que, se estivermos acompanhados, tudo se torna mais fácil.
A verdade é que o tamanho não interessa, interessa sim o poder da mente e a nossa disposição perante as mais variadas situações que nos aparecem no dia-a-dia.
O facto de a imagem me transmitir um certo poder não quer dizer que seja uma coisa boa por todo. Poderei estar a dizer uma barbaridade, mas na minha ainda tão curta sabedoria, visto que ainda sou relativamente jovem e ainda terei que usufruir de muitas experiências para a enriquecer, desde que saímos daquele mundo tão fechado, que é o ventre da nossa mãe, vamos adquirindo um certo poder para conseguir ultrapassar os maiores obstáculos. Nascemos tão frágeis e indefesos que parece que a mínima brisa nos irá derrubar, no entanto como é que uma coisa tão pequenina vai conseguir lidar com este mundo tão complexo? Inquieta-me saber que provavelmente os pais passam noites em branco a pensar no que os filhos têm que passar, pois toda a gente sabe que os pais querem o melhor para os filhos e não querem que estes passem pelo mesmo que eles. Mas isto é a lei da vida, como um jogo de computador, temos que ser ágeis e espertos para não sermos derrubado e assim perder aquelas x`s vidas que temos. Para os nossos pais somos sempre frágeis. E com a crise que os pais atravessam ainda os inquieta mais saber que nós ,que sempre tivemos tudo que desejávamos, teremos agora de aprender a agir para adquirir o mínimo que queremos. Contudo, eu quero continuar a ser menina frágil e sensível com sonhos e devaneios, mas preparada para enfrentar as coisas boas ou más que o mundo tem para me dar, tentando sempre que estes sonhos não passem apenas de meros pensamentos inconscientes, mas sim realidades que eu vou ter de me esforçar para as alcançar. Às vezes dou por mim a pensar: porque é que me vou esforçar tanto sabendo que tudo que nasce, morre?
Não posso entender a palavra esforço como uma coisa pessimista, mas sim como algo que vai revitalizar o meu corpo e mente, e como diz o provérbio:"A felicidade é proporcional ao grau de esforço", Logo, este esforço irá ser compensado com a felicidade, não podendo pensar que tudo isto não vale de nada, pois se milhões de pessoas todas diferentes estão no mundo é porque têm uma utilidade e é isso que nos temos que descobrir.
A imagem dá-me um certo estímulo para perceber qual será a minha utilidade na Terra.


 
Inês Machado Rodrigues

sábado, 18 de junho de 2011

Devaneios sobre uma imagem




Fica.

Espera...pensa apenas mais uma vez! estás certo de que queres isto? por favor... pensa apenas mais uma vez! não o faças só para eu me calar, não o faças por mim, não o faças porque achas que tens de te retirar urgentemente,fá-lo por ti, fá-lo tendo em conta o que isso pode trazer, bem...não importa porque o fazes, importa sim que o faças.
Pensa nos momentos bons que aqui passaste e que muitos mais podem surgir, pensa nos momentos menos bons, se aqui ficares podes tentar torná-los melhores. É verdade que o passado não se apaga, mas pode-se esquecer ou até mesmo mudar a forma como olhamos para ele, por isso podes fazer o mesmo a esses momentos se ficares cá, em vez de fugires deles, muda a forma como os encaras, se foram erros, aprende com eles. Pensa em tudo o que aqui construíste, não me refiro a coisas materiais, mas sim às amizades que construíste, às relações que estabeleceste.
Pensa nisso e na falta que isso te fará.
Pensa nas histórias que aqui passaste e, quem sabe, mais tarde, quando passares por um local que foi marcado com uma dessas histórias a possas contar aos teus filhos, netos..."Estão a ver este sítio aqui? Foi exactamente neste sítio que..." aquelas histórias que também o teu avô te contou, e que agora, quando lá passas, lembras-te dessa história aquele lugar ficou marcado pela história do teu parente e também tu marcaste locais com as tuas histórias e se aqui ficares, muitos mais poderás marcar!
Pensa no extenso mundo que existe! não tens, de certo modo, medo dele? não o conheces, não sabes o que ele te pode levar a fazer, onde ele te pode levar. Sim, eu sei, eu conheço-te, tu gostas de arriscar, mas arrisca mais tarde...e se ficares aqui nesta "nossa" parte de mundo, à qual tu já pertences, aqui já tudo e todos contam contigo, esta parte de mundo está feito à tua medida, se podes fazer tudo o que queres aqui, para quê partires para um outro lugar, não sabendo sequer se te vais dar bem, se vais gostar?!
Pensa nas pessoas que viste crescer, envelhecer, mudar, partir... pessoas de quem realmente gostavas, quando uma delas partiu, o que sentiste?
ah...pois... perguntaste-te porquê, perguntaste-te a ti próprio a razão pela qual aquela partida ocorreu, sentiste-te um tanto confuso, espantado, triste, sabendo que poderia haver a hipótese de nunca mais a veres!queres fazer as pessoas que gostam de ti passarem pelo mesmo? acredita que não!
Pensa que mesmo que tenhas uma razão válida, as pessoas não compreenderão tal atitude.
Pensa no que és! tu não és assim... tu não foges dos problemas, tu fazes-lhes frente, tu sabes quando os outros erram, e quando isso acontece não deixas passar em vão, tentas chamar esse outro à razão, nem que tenhas de recorrer à teimosia, tu sabes como lidar com más situações, não desde sempre,mas aprendeste e admiro-te por isso!
Pensa no que acabei de dizer sobre ti, é a verdade! tu és assim mesmo! por isso, mais uma vez, faz o que és capaz de fazer, enfrentar o problema. Repreende o outro pelo erro que cometeu ou reconhece se o erro for teu, e se esta é uma situação má, sim é, lida com ela da forma que só tu sabes lidar!
Pensa no que realmente és, e pensa no que fazes quando é preciso que algo seja feito, e não te deixes invadir por ideias ou soluções que te atravessam a mente a alta velocidade,como sendo as únicas e as melhores opções que tens.
Pensa nestas razões todas que te dei, para o fazeres por ti, apenas por ti! Agora peço-te que me deixes dar-te apenas mais uma razão! só mais uma!
Vou dar-ta e logo compreenderás porque o fiz.
Pensa em mim! pensa no estado em que irei ficar, imagina que sou eu que tomo essa decisão, vou-me embora...que farias? deixavas-me ir sem pelo menos uma vez tentar perceber o porquê disso? sem pelo menos uma vez falares comigo sobre o assunto? sem pelo menos uma vez me pedires para ficar? pois muito bem se o fizesses era sinal que não tinhas qualquer sentimento por mim, que para ti nada significava e, lembra-te que não é isso que dizes!
Pensa em mim! pensa numa maneira para eu aprender a lidar com isto. Já que "arranjaste" uma solução para ti, "arranja-me" também uma, até porque também estou envolvida na história! vá...pensa!
Pensa no que existe entre nós! é o mesmo que nos une! queres destruir isso?quando te peço para pensares em mim, de uma maneira ou de outra, o pensamento termina em ti, não é? e porque será? talvez porque estamos juntos, talvez porque há algo que nos une! algo que apesar de sempre ter existido teve os seus momentos menos bons, como aqueles nove meses de distância,quando foi dito um "fim", mas novamente referido um "inicio"
 E desde esse "início" aqui estamos nós... prestes a separarmo-nos mais uma vez?? é mesmo isso que queres? eu sei que não!
Pensa em "amar", tu sabes o que isso é! sabes quem amas e quem te ama!
Pensa... pensa apenas mais uma vez!
Não...não penses! não penses em nada!
Fica!



Carolina, 10ºA

Devaneios sobre uma imagem



Recôndito Lugar

***



A Lua, que pernoitou pelo universo, regressa, hoje, para mais uma noite, arrastando consigo o infinito.

Deste recôndito lugar, onde a pena tende em rasurar o meu pensamento, sinto a terra e todos os seus míseros corpúsculos sustentarem o meu corpo e as minhas ideias; sinto a escassa luz invadir o meu olhar para o cintilante horizonte... Será o universo suficiente para ser aclamado infinito apenas por não ter fim o horizonte que olho?
Dentro de mim, um Universo. Cosmos de quimeras e labirintos de estrelas, salpicado de versos e sentimentos, a eminente magia da imaginação, caminhos feitos de ti... O tempo torna-se inesgotável e o infinito do meu ser lúcido como a água que brota dos sonhos meus desde a minha insignificante existência aos olhos do mundo onde a carne dá forma ao meu corpo; a morte uma lenda escrita por meros mortais a letras minúsculas. Todavia, na imperfeição da perfeição, o cosmos é corroído pela verdade e o esquecimento do que deveras somos feitos... Então os eternos caminhos que nos levam ao infinito da alma esvaem-se. Perdem-se as palavras, fragmentos de sentimentos e de nós próprios... Perde-se a vontade de sonhar!
Sinto o vento gélido envolver-me numa nuvem de gases e poeiras, cuja origem desconheço, e que inspiram o meu corpo adormecido de alma.
Hoje, uma estrada, uma certeza, um caminho, como muitos outros que percorri só, por mais anjos e deuses que se cruzem com a minha alma. Porém, o amanhã permanece incógnito. Por isso, encontro-me só, sentada na rocha viva de um insignificante grão de poeira que poisa suavemente num definido raio de sol… o recôndito lugar onde vivo o presente, revivo o passado e devaneio sobre o incessante futuro, na iludida esperança que a minha alma possa deveras alcançar o infinito!





Catarina Ribeiro, 10ºA

Devaneios sobre uma imagem






Abandonaste-me quando eu tinha seis anos, mal compreendia a vida e deixaste-me sozinha neste mundo, sem nenhum escudo para me proteger e sem nenhuma arma para me defender. Foste tão cruel. Eras o meu alicerce, aquele que suportava a minha dor e as minhas lágrimas se eu desmoronasse.
No momento em que me abandonaste, eu não compreendi o porquê da tua decisão, só sei que me magoaste muito quando foste embora para um sítio algures onde eu não te poderei ver nunca mais. Mas se voltares algum dia, não sei se te quero voltar a ver porque não te consigo perdoar pelo que me fizeste.
Desde então, quando estou no meu quarto silencioso e frio, sinto-me sozinha como se estivesse no Árctico com aquele frio tremendo. Nessa solidão, eu olhei para uma gaveta, aquela onde eu guardo todas as tuas recordações, aquela que eu tenho medo de a abrir sozinha, aquela que me faz sentir saudades tuas. Falta-me coragem para conseguir abrir a tal gaveta sem sentir nenhuma dor.
Agora, sinto que estou numa tremenda solidão, sinto-me perdida sem nenhum rumo para seguir e está tudo tão escuro que não vejo ninguém que me dê a mão. A solidão persegue-me, mas eu tento libertar-me dela, mas é tão difícil que eu não sei se consigo. É mais forte do que eu. Já não tenho nada que me defenda dela.
            Certo dia, apareceu no meu caminho alguém que eu nunca tinha visto na minha vida e foi quem iluminou o meu caminho. Tentou ajudar-me, segurando a minha mão, dizendo que eu não estava sozinha e que podia ter a certeza que eu tinha o seu apoio.
Desde esse dia, nunca mais me senti sozinha e consegui finalmente abrir a tal gaveta que me causava tanta dor.
Foste tu quem me fez sentir novamente confiante e só tenho de te agradecer por isso.



Marta 10ºA

Devaneios sobre uma imagem



 Miragem


1.
efeito de refracção e reflexão (total) que, nos desertos, faz aparecer, dando a ilusão de próxima, a imagem invertida de lugares distantes como que reflectidos na água

2.
visão enganadora

3.
ilusão


De cada vez que faz frio lá fora, sinto a tua falta. De cada vez que vejo duas pessoas a rirem-se, sinto a tua falta. De cada vez que passa um minuto, sinto a tua falta. Tu deixaste o teu nome gravado no meu corpo, como poderia eu não sentir a tua falta?
            No passado, foste a minha maior certeza, agora és apenas uma miragem. Eu dediquei-te a minha alma e agora somos desconhecidos. Antes havia palavras, agora temos o silêncio. Antes, olhávamo-nos longamente, sem pressas, numa admiração total um pelo outro. Agora passámos um pelo outro, desviando o olhar e a ignorar tudo o que já fomos.
            Não acredito ser possível amar mais verdadeiramente como eu te amei. Não acredito que haja algo mais intenso do que aquilo que vivi.
            Eu conhecia cada defeito teu, cada defeito do teu corpo e da tua alma e, mesmo assim, eras perfeito. Podias não ser perfeito para o mundo, mas para mim, eras como a última peça de um puzzle, porque fazias tudo o resto ter sentido.
            Agora que estou sem ti, é que vejo o quão feliz eu fui. Só agora é que tenho certezas sobre a incerteza do passado.

            E, por mais que me custe dizê-lo, agora és apenas uma miragem.


Ângela Manuela