Há sempre alturas na vida em que nos sentimos a gelar por dentro, presos a uma corda sem haver maneira de nos conseguirmos soltar ou isolados de tudo e todos, pois parece que ninguém sente ou vê o mesmo.
Há dias em que a vontade de chorar no colo do pai se torna imperativo e incontrolável, ou partilhar com o amigo mais próximo as nossas fraquezas e vulnerabilidades, é como libertar o grito ou evitar o estrangulamento interno. Isso faz-nos sentir bem, mais livres e calmos, «quase a voar». São esses os momentos em que a intimidade deixa de estar fechada a sete chaves dentro da alma.
A intimidade pessoal é um lugar gélido, pequeno e rodeado por quatro paredes, onde vagueamos e, por vezes, batemos com a cabeça à procura de soluções, que guarda todas as sensações e sentimentos, desde o medo, a loucura, o prazer, o amor, a satisfação
Cada um o possui e é secreto, complexo e essencial, necessário e privado. Deixar alguém lá entrar e partilhar, é especial e irreversível, sendo poucos a terem esse direito. É abrir a nossa alma, algo tão nosso, e tentar verbalizar o que se sente, como um desafio jogado entre «o eu» e «o tu». No final, é como se houvesse um milagre cá dentro, na essência do ser. É sentirmo-nos bem, mais livres e calmos, «quase a voar».
Diana Meira, 10ºA
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