segunda-feira, 12 de maio de 2008

Eternamente Racistas


«O tempo passa, as vidas vivem-se e o Homem permanece igual…».
O Homem permanece igual, tal como os seus preconceitos. Deste modo, considero importante assumir uma postura crítica perante alguns modos de pensamento, como o racismo que, invariavelmente, afecta várias pessoas, física, psicológica e moralmente.
O racismo é uma teoria baseada na crença na preeminência de certas raças, e assume que estas têm o direito de reprimir ou mesmo suprimir as outras. Na verdade, a crença na existência de raças e na hegemonia de umas sobre as outras, tem originado conjunturas inqualificáveis durante a História. É de destacar, a título de exemplo, a escravatura e o nazismo.
A escravatura sempre existiu e ainda hoje, incrivelmente, subsiste. Afinal, ainda há exploração de trabalhadores portugueses em Espanha e exploração de trabalho infantil em países como a Índia.
O nazismo foi uma das formas mais alarmantes de racismo e xenofobia. A crença na superioridade da raça ariana e a aversão contra certos grupos sociais originou actos discriminatórios e consequentes práticas inclassificáveis. Nos campos de concentração morreram milhões de pessoas: velhos, deficientes, crianças, mulheres, homossexuais, ciganos mas, sobretudo, judeus. As formas de assassínio foram horríveis: utilização de câmaras de gás e fornos, entre muitas outras práticas extremamente violentas e atrozes. Depois disto, é inacreditável como ainda lemos notícias destas: «Um fabricante de brinquedos ucraniano lançou um boneco de Adolf Hitler». Talvez daqui a uns meses as ingénuas crianças já possam brincar com exércitos nazis ou aos campos de concentração… e desta forma, aprenderem a achar piada ao que o «inofensivo bonequinho Hitler» fez.
Actualmente, ainda existem muitos racistas que, apesar de o serem, estão mais preocupados em dissimular o seu «racismo reaccionário» e, desta forma, não demonstrar o quão as suas mentes podem ser retrógradas, inactivas e impassíveis a todo o avanço, que preenche o nosso século.
De facto, apesar de incomensuráveis associações de apoio a vítimas de discriminação e de alguma abertura para as outras culturas, é inacreditável como, numa era de progresso como a nossa, continuamos entorpecidos pelo preconceito racial e social. Em pleno século XXI, deparamo-nos, ainda, com situações obtusas de racismo e discriminação, como a recusa de partilhar um lugar com um negro num transporte público, ou atitudes hostis e intolerantes contra pessoas de etnia cigana ou contra outros grupos minoritários.
Será que alguém escolhe como quer ser? Será que temos o direito de julgar e menosprezar os outros? O que nos faz sentir superiores, quando nos deparamos com as diferenças? E se fosse eu o discriminado e não «ele»? Como me sentiria? Acharia justo, correcto?
Há, certamente, uma necessidade incessante de incrementar nas pessoas ideias de respeito e interiorização da diferença. É fundamental compreender que, apesar de haver uma pluralidade de cores de pele, opiniões, religiões, todos somos iguais e que as dissemelhanças podem ser muitas vezes enriquecedoras.
Deste modo, estou persuadida que é cada vez mais necessária uma verdadeira abertura de mentalidades e uma autocrítica de valores eficaz, para que possamos coabitar e dialogar pacificamente. De outra forma, nunca será possível transpor as diferenças, que apenas existem na forma como vemos os outros.




Ana Macedo 11.ºE

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Assunto sério, tratado com a devida seriedade.
Espero que gostes da imagem ;)