Leitura da Imagem:
A
imagem por mim escolhida é um desenho bastante simples,
mas com uma carga muito forte: uma crítica à sociedade
e, de certa forma, um alerta.
Toda
esta imagem é uma metáfora. Está, assim, aqui representada uma fábrica de personalidade cujo
produto final é a humanidade estandardizada. Podemos identificar a televisão
como o principal mecanismo para o funcionamento desta mesma fábrica. As pessoas entram na sua forma original e
autêntica e, com os efeitos desta máquina, são
transformadas num mero ícone global, neste caso representativo do sexo feminino.
Nesta
imagem existe apenas um plano. Tudo que está representado encontra-se, portanto, no plano
principal, sendo todos os elementos bastante importantes.
Podemos
associar o padrão formado pelos vários símbolos
femininos à padronização do pensamento humano.
Por outro lado, esta repetição transmite a ideia de ritmo: a máquina
(televisão) está sempre a trabalhar e sob a forma de produção em série.
Podemos
também verificar as linhas inclinadas, o que transmite a ideia de continuidade
para além da imagem, ou seja, que a produção não acaba ali e que o número de
pessoas sob esta influência da programação mental é muito mais amplo.
Quanto
à escala, esta encontra-se alterada em relação à realidade. Na imagem, as pessoas encontram-se
reduzidas, quando comparadas ao tamanho da
televisão. Pegando na televisão, objeto em si, de facto é mais pequeno que as
pessoas, mas se olharmos para a televisão como meio, este é enorme comparado a
qualquer um de nós e é isto que a imagem está a transmitir.
Já
as cores, preto e branco, transmitem a ideia de rotina e monotonia, pois todos
os dias assistimos à televisão, todos os dias
ela programa a nossa mente e isto tem vindo a acontecer ao longo dos anos e
parece não mudar.
Texto argumentativo:
O
efeito da TV na moldagem de mentes
Todos
nós sabemos que vivemos uma oligarquia, onde o mundo é dominado por uma elite
que rege os outros à sua vontade. Esta manipula as massas e leva-as a
viver da forma que for mais benéfica a esta mesma elite. Uma das mais poderosas
ferramentas usadas por estas classes dominantes para persuadir
a população são os meios de comunicação, com especial destaque para a
televisão.
São
estas elites que definem o que é normal e aceitável. A TV, distribuidora de ideias
e opiniões, mostra o que seguimos, a música que ouvimos, os filmes que
assistimos. Artistas, criações e ideiais que não correspondem à maneira
dominante de pensar são impiedosamente excluídos e esquecidos. Eles têm o poder de criar na mente das
pessoas uma visão única e coesa do mundo, gerando assim a padronização do
pensamento humano. Estamos, portanto, a falar de
nada mais, nada menos que propaganda, mas uma propaganda que se tornou sinónimo
de prazer e diversão.
Uma população ignorante não sabe os seus
direitos e é nesta população que eles querem que nos tornemos: aquela que
simplesmente segue as tendências, que não se questiona nem tenta compreender.
Somos
como cavalos com antolhos que só veem aquilo que está à frente, ou seja, só
vemos aquilo que eles querem que vejamos e, como esponjas, absorvemos tudo o
que nos metem à frente. Assim sendo, não passamos de um rebanho desnorteano que
todos os dias é bombardeado inconscientemente com a forma como deve pensar e
agir.
Josef
Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazi, disse “uma mentira dita cem
vezes torna-se verdade” e é nisto que consiste a manipulação da opinião pública
exercida pela televisão. Ela transforma-nos, a nós indivíduos, naquilo que as
elites querem e não permite qualquer formação de uma autonomia consciente. No
final do dia estamos todos a falar de forma diferente,
mas a dizer a mesma coisa. Haverá, assim, liberdade? Ou a nossa única liberdade está em pensar
que somos livres? Achamo-nos possuidores de um espírito crítico, quando, na verdade, não passamos de marionetas...
Mesmo
que o cidadão perceba que está a ser vítima desta massificação continuará
hipnotizado. No entanto, o facto de haver um pequeno alerta dentro dele e
refletir no assunto, já o torna menos estúpido. Portanto, se não queres ser
mais um estúpido no meio de tantos outros, deixa de ver novelas e programas da
treta. Desliga a televisão e sai à rua.
Sofia Freitas, 12º G
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