sábado, 14 de março de 2015

Da Imagem - Televisão: A Fábrica de Mentes - por Sofia Freitas





Leitura da Imagem:


A imagem por mim escolhida é um desenho bastante simples, mas com uma carga muito forte: uma crítica à sociedade e, de certa forma, um alerta.
Toda esta imagem é uma metáfora. Está, assim, aqui representada uma fábrica de personalidade cujo produto final é a humanidade estandardizada. Podemos identificar a televisão como o principal mecanismo para o funcionamento desta mesma fábrica. As pessoas entram na sua forma original e autêntica e, com os efeitos desta máquina, são transformadas num mero ícone global, neste caso representativo do sexo feminino.
Nesta imagem existe apenas um plano. Tudo que está representado encontra-se, portanto, no plano principal, sendo todos os elementos bastante importantes.
Podemos associar o padrão formado pelos vários símbolos femininos à padronização do pensamento humano. Por outro lado, esta repetição transmite a ideia de ritmo: a máquina (televisão) está sempre a trabalhar e sob a forma de produção em série.
Podemos também verificar as linhas inclinadas, o que transmite a ideia de continuidade para além da imagem, ou seja, que a produção não acaba ali e que o número de pessoas sob esta influência da programação mental é muito mais amplo.  
Quanto à escala, esta encontra-se alterada em relação à realidade. Na imagem, as pessoas encontram-se reduzidas, quando comparadas ao tamanho da televisão. Pegando na televisão, objeto em si, de facto é mais pequeno que as pessoas, mas se olharmos para a televisão como meio, este é enorme comparado a qualquer um de nós e é isto que a imagem está a transmitir.
Já as cores, preto e branco, transmitem a ideia de rotina e monotonia, pois todos os dias assistimos à televisão, todos os dias ela programa a nossa mente e isto tem vindo a acontecer ao longo dos anos e parece não mudar.


Texto argumentativo:

O efeito da TV na moldagem de mentes

Todos nós sabemos que vivemos uma oligarquia, onde o mundo é dominado por uma elite que rege os outros à sua vontade. Esta manipula as massas e leva-as a viver da forma que for mais benéfica a esta mesma elite. Uma das mais poderosas ferramentas usadas por estas classes dominantes para persuadir a população são os meios de comunicação, com especial destaque para a televisão.
São estas elites que definem o que é normal e aceitável. A TV, distribuidora de ideias e opiniões, mostra o que seguimos, a música que ouvimos, os filmes que assistimos. Artistas, criações e ideiais que não correspondem à maneira dominante de pensar são impiedosamente excluídos e esquecidos. Eles têm o poder de criar na mente das pessoas uma visão única e coesa do mundo, gerando assim a padronização do pensamento humano. Estamos, portanto, a falar de nada mais, nada menos que propaganda, mas uma propaganda que se tornou sinónimo de prazer e diversão.
 Uma população ignorante não sabe os seus direitos e é nesta população que eles querem que nos tornemos: aquela que simplesmente segue as tendências, que não se questiona nem tenta compreender.
Somos como cavalos com antolhos que só veem aquilo que está à frente, ou seja, só vemos aquilo que eles querem que vejamos e, como esponjas, absorvemos tudo o que nos metem à frente. Assim sendo, não passamos de um rebanho desnorteano que todos os dias é bombardeado inconscientemente com a forma como deve pensar e agir.
Josef Goebbels, ministro da propaganda da Alemanha nazi, disse “uma mentira dita cem vezes torna-se verdade” e é nisto que consiste a manipulação da opinião pública exercida pela televisão. Ela transforma-nos, a nós indivíduos, naquilo que as elites querem e não permite qualquer formação de uma autonomia consciente. No final do dia estamos todos a falar de forma diferente, mas a dizer a mesma coisa. Haverá, assim, liberdade? Ou a nossa única liberdade está em pensar que somos livres? Achamo-nos possuidores de um espírito crítico, quando, na verdade, não passamos de marionetas...
Mesmo que o cidadão perceba que está a ser vítima desta massificação continuará hipnotizado. No entanto, o facto de haver um pequeno alerta dentro dele e refletir no assunto, já o torna menos estúpido. Portanto, se não queres ser mais um estúpido no meio de tantos outros, deixa de ver novelas e programas da treta. Desliga a televisão e sai à rua.


Sofia Freitas, 12º G

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