Leitura da
imagem:
Há quem diga que uma imagem vale mais que mil
palavras, mas a escolhida vale apenas seis: «quem vê caras, não vê corações» …
De função crítica, a imagem procura denunciar
um grande problema da atualidade, sendo este o facto de as pessoas julgarem as
outras pela aparência, e procura inquietar as consciências de cada um para exterminar
este defeito do Homem.
Tal como se pode observar, há duas pessoas
presentes na foto: de um lado, uma menina e, de outro, um homem. A imagem
divide-se em duas partes, duas perspetivas diferentes, de frente e de costas.
Na primeira, de frente, há uma menina,
aparentemente inofensiva, bem arranjada e vestida de branco, cor que remete
para a inocência, a pureza, a paz. Em contraste, há um homem que, à primeira
vista, não parece ser de confiança. Isto devido à sua postura curvada, à sua
aparência pouco cuidada, como
dá para notar no seu cabelo despenteado, e à cor da sua roupa, o preto, cor que
simboliza o mistério, o medo, a morte.
No segundo ponto de vista, de costas, as
aparências transformam-se. A rapariga, que parecia inocente, carrega nas suas
mãos um machado, símbolo da guerra e da destruição, enquanto que o homem possui
um ramo de flores, que transmite alegria e harmonia.
Também com função argumentativa, esta imagem
será a minha arma defensiva para a minha tese: deve-se julgar pela essência e
não pela aparência.
Texto
argumentativo:
Neste tribunal sem fim, que é o século XXI,
as pessoas continuam a ser julgadas pela aparência. Esta é uma infeliz
realidade e só os mais retrógrados continuam com as
suas mentes fechadas. Não é correto o exterior falar pelo interior, no
entanto, esta é uma situação muito presente nos nossos dias.
Em Portugal, e em muitos outros países, há
uma grande desigualdade de oportunidades devido à aparência. Por exemplo,
imaginemos dois sujeitos que se candidatam ao mesmo trabalho e que têm as
mesmas classificações, mas um tem tatuagens e o outro é totalmente ‘limpo’. Em
vez de se recorrer à solução politicamente correta, vai escolher-se a pessoa
sem tatuagens. Isto é, sem dúvida, uma estupidez e uma injustiça. Não é a nossa
aparência que define as nossas qualidades profissionais, por isso, nada
dependem delas as nossas chances. Os apologistas
deste método de seleção deviam pensar que, ao agirem assim, por vezes, estão a
perder grandes trabalhadores.
Pior do que este preconceito sobre as pessoas que são diferentes por escolha, é
aquele baseado nas distinções biológicas, aquelas que nascem connosco e que não
conseguimos contrariar. Este último pode ser chamado de racismo, homofobia,
sexismo, etc., dependendo da característica criticada. Quantas vezes vemos criaturas,
que vão na rua e veem um negro, e mudam de passeio, pura e
simplesmente por medo? É horrível, é, mas é a realidade. Estas pessoas deviam
refletir que não são as particularidades físicas que mostram as intenções de
cada um. O perigo pode estar em indivíduos iguais a nós, fisicamente. E quantas
vezes, nestes últimos meses, ligamos a televisão e vimos casos de polícias
brancos que mataram negros sem qualquer desculpa e sem serem punidos?
Concluindo, os seres humanos têm de agir como
se fossem cegos. Deve julgar-se pela essência e não pela aparência porque, às
vezes, por se escolher o livro pela capa, perde-se uma incrível história.
Jéssica
Barbosa,
12º G
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