O cansaço toma lugar.
Desisti de querer sentir. Irresponsabilizo-me por um bocado. O desassossego é
de tal maneira excessivo e saturante que acabo entrando num estado de
melancolia e apatia. Observo esta intensidade de cores que se sobrepõe a mim.
Apaixonados acasalamentos de final de tarde e início de noite. Sou tão insignificante.
Perante este baile que se realiza tão alheio ao mundo.
Esta simplicidade e
beleza iluminam-me. Sinto-me parte deste mundo. Faço parte, na minha maneira espectadora de intervir. Vivemos
constantemente distraídos com os vícios humanos, esquecemos que, apesar de nos termos imposto neste mundo, a natureza
é que assume a posição mais forte e nós é que estamos envolvidos nela.
Para mim, estas são as melhores horas do dia. Em que parece
que, por momentos,
o mundo para, e que está tudo bem. Por momentos está tudo bem.
O amarelo, que me lembra
o sol, a vida, que entrelaçado com aquele azul tranquilo e aquele rosa místico
e misterioso, representam o infinito. E eu não sei. Neste momento não sei. É
tão bom não saber de nada. Fico ingénua por momentos, ternurenta com este
espectáculo. Sou uma sortuda.
E aqueles tons mais
escuros, põe-me a pensar em como tudo na vida tem um lado mais obscuro, mas, por outro lado, um lado tão misterioso e necessário.
Tão, tão necessário.
Sou uma sortuda.
Raquel Sá, 12º G
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