sábado, 14 de março de 2015

Da Imagem - Entardecer - por Raquel Sá




O cansaço toma lugar. Desisti de querer sentir. Irresponsabilizo-me por um bocado. O desassossego é de tal maneira excessivo e saturante que acabo entrando num estado de melancolia e apatia. Observo esta intensidade de cores que se sobrepõe a mim. Apaixonados acasalamentos de final de tarde e início de noite. Sou tão insignificante. Perante este baile que se realiza tão alheio ao mundo.

Esta simplicidade e beleza iluminam-me. Sinto-me parte deste mundo. Faço parte, na minha maneira espectadora de intervir. Vivemos constantemente distraídos com os vícios humanos, esquecemos que, apesar de nos termos imposto neste mundo, a natureza é que assume a posição mais forte e nós é que estamos envolvidos nela.

Para mim, estas são as melhores horas do dia. Em que parece que, por momentos, o mundo para, e que está tudo bem. Por momentos está tudo bem. 

O amarelo, que me lembra o sol, a vida, que entrelaçado com aquele azul tranquilo e aquele rosa místico e misterioso, representam o infinito. E eu não sei. Neste momento não sei. É tão bom não saber de nada. Fico ingénua por momentos, ternurenta com este espectáculo. Sou uma sortuda.

E aqueles tons mais escuros, põe-me a pensar em como tudo na vida tem um lado mais obscuro, mas, por outro lado, um lado tão misterioso e necessário. Tão, tão necessário.

Sou uma sortuda.



Raquel Sá, 12º G

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