Leitura da Imagem:
Nesta imagem é possível observar um
homem sentado numa cadeira, virado para o quadro de uma escola com um ar
pensativo. Neste quadro, está escrito como título “Educação Escolar”, o que nos remete imediatamente para o tema que vai
ser abordado. Apesar das muitas questões, que refletem dúvida e inquietação,
destacam-se duas palavras “Direito” e “Ideologia” sendo estes os dois tópicos
que preocupam mais as pessoas quando discutem acerca da educação.
O facto de o quadro ser a giz
remete-nos para uma ideia de intemporalidade, provavelmente porque estas
questões já vem de há muito tempo atrás. O
quadro verde, em vez do habitual preto, transmite a ideia de esperança de que
estas questões têm uma solução.
A educação escolar no
Portugal presente
A educação escolar é um tema sempre
atual e controverso, dado que estão em causa indivíduos, crianças e jovens, com
diferentes personalidades, oriundos de diferentes meios sociais e com
perspetivas de vida também diferentes.
No entanto, apesar das diferenças, a
oportunidade de acesso à educação escolar deve ser igual para todos, de outra
forma não seria ético e acentuaria as desigualdades sociais, cada vez mais
evidentes. Tanto mais que a educação proporciona melhoria na vida das pessoas
economicamente desfavoráveis. Neste sentido, a educação escolar deve ser livre
e um direito de todos. Coloco sérias reservas ao ensino privado por não ser
acessível a qualquer um. Além disso, a educação escolar permite o acesso à
aprendizagem de ferramentas necessárias, não só à aculturação dos indivíduos,
como também à sua preparação para a vida profissional. E é também por este
motivo que deve assentar numa base de liberdade e de igualdade de direitos.
No que respeita a questão da
ideologia, é evidente que há áreas e disciplinas em que se evidenciam
pressupostos ideológicos. É o caso da disciplina de Português. Na verdade, e
infelizmente, sabemos que as obras e os autores escolhidos para os currículos
de Português dependem quase sempre da ideologia dominante. Veja-se o caso de “Memorial
do Convento”, de José Saramago, que passará a ser obra de opção para o 12º ano.
Parece-me que tal se pode dever ao facto de se tratar de uma obra que critica o
poder e a Igreja. Aliás, a Opus Dei, uma organização da Igreja Católica, tem
uma listagem de 33.573 livros proibidos, entre os quais se encontram 79 obras
de autores portugueses: José Saramago, Fernando Pessoa, Eça de Queirós, entre
outros. “Lista Negra” lamentável! Contrária aos princípios fundamentais da
liberdade em educação.
Concluindo, sou a favor da
democratização do ensino. Não desejo uma educação escolar que não seja para
todos, nem um sistema educativo autocrático.
José Nuno Queirós, 12º C
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