Análise Imagem
Na imagem acima
podemos observar uma pintura de Leonid Afremov, um pintor israelense de origem
bielorrussa, que utiliza uma técnica de pintura a óleo que usa espátulas ao
invés de instrumentos tradicionais/convencionais, como pincéis, criando um estilo único que lembra milhares de
mosaicos coloridos que, conjuntamente, formam a obra em questão.
Nesta obra em questão,
observamos um casal que caminha num recanto de
uma qualquer floresta, maioritariamente azul da
água que chove, iluminada por fortes candeeiros amarelos que, como sóis,
aquecem a cor dos objetos que a sua luz vai tocando.
Este quadro mostra o
caos de cores e luzes da vida, e como cá
de perto as coisas são observáveis e processáveis na mente do ser, mas como ao
longe se esbatem num enevoado tom cinzento azulado, incerto nas suas formas e
intenções ao olhar. A jornada pela qual vivemos é melhor passada junto a um
companheiro de alma, sendo neste caso a pessoa que segura o guarda chuva, e o
outro tem a confiança de que onde vai, vai sem se molhar.
Recriação
Textual
DeLacroix
Enquanto ser humano,
há uma angústia que me torna a cabeça num peso de chumbo, um sono de morte. O Tempo.
É um absurdo tomar consciência de si mesmo a nível
temporal. Sentir o peso esmagador da nossa inexistência
a esmagar a existência. Sinto tudo o que conheço e que irei
conhecer, e tenho tanto medo da morte como tive de nascer. Mas porquê? Conheço
o passado, e irei conhecer o futuro. Resta-me agir.
Se nos aproximarmos demasiado da imagem, veremos apenas uns poucos
quadrados de cor que têm um ar de abstrato e
misterioso. “Mas que é isto?” certamente que seria a pergunta que muitos
fariam. Acredito que tanto neste espaço como no tempo a mesma regra se aplica.
O ser humano é extremamente egocêntrico e, ao olhar de perto para as coisas que conhece, apenas
verá o que quer ver. No entanto, se olhar para o lado verá o presente, se para
trás, o passado. E para a frente? Não o futuro, mas sim o desconhecido. O
futuro fazemo-lo nós.
É ao observar o universo,
primeiro como um todo e, depois, detalhadamente, que o ser humano pode reunir as
condições necessárias para responder a algumas das suas questões universais e dar eletricidade ao candeeiro que ilumina o
caminho e nos permite dar um passo em frente.
Naquelas duas figuras
centrais, vejo uma representação da humanidade inteira. E, como tal, vejo-me a
mim mesmo, singularmente, pois a Humanidade
ainda não se viu unida totalmente.
E quem é o outro ser?
Será Deus que me abre o guarda-chuva? Ou uma alma
gémea perdida neste mundo?
Eu não sou muito dado
a Deuses de há 2000 anos que me prometem a consciência
eterna e o amor proporcional à minha liberdade,
mas a ideia de ter uma consciência amiga, um ser
a quem me possa unir num plano transcendente, apela-me bastante, seja ele um
simples humano como eu, ou um ser fantástico e maravilhoso que habite nas
profundezas do infinito. Sempre que me vejo espelhado durante demasiado tempo,
vejo feições distorcidas e deixo de reconhecer a minha própria cara. Separo-me
de mim mesmo, e vejo que estou vivo. Tenho a sorte de saber o nome do ser que
me olha de volta, e pergunto-me se sou Deus.
Edgar Pereira, 12º G
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