Leitura
da imagem:
A imagem que vemos
em cima foi pintada no distrito de Chinatown, em Boston, por Banksy, em Maio de 2010
Banksy
é o pseudónimo
de um grafitter, pintor, ativista
político e diretor de cinema inglês. A sua arte de rua satírica e subversiva
combina humor negro e graffiti feito com uma distinta técnica de estêncil. As suas obras são carregadas
de conteúdo social, expondo claramente uma total aversão aos
conceitos de autoridade e poder, normalmente este utiliza as mesmas para tecer
críticas a uma diversidade de acontecimentos com
os quais não concorda.
A imagem mostra-nos um pintor com um ar de cansaço e
desilusão, ao lado da frase “ Follow your dreams “ em letras maiúsculas. Apesar
da frase se encontrar em letras maiúsculas, esta vai se tornar secundária para a mensagem que o artista quer passar
graças a palavra “Cancelled”, que acaba por ser
o elemento que salta mais a vista.
Banksy escolheu por dar as cores preto e branco ao
pintor, já a frase “ Follow your dreams “ a verde e, por fim, a palavra “Cancelled”, em letras maiúsculas, de cor branca, com um fundo vermelho.
A localização onde
esta pintura foi encontrada faz com que a mesma tenha um significado mais
importante, pois é uma zona de
Boston em que o rendimento é baixo e grande parte da população vive mal e é
incapacitada de fazer algo para melhorar a sua condição social ou é tratada de
maneira desigual comparada a outras classes, desta forma tecendo uma crítica à estratificação social.
Criação do texto a partir da imagem:
Como dito
anteriormente, Banksy tem uma aversão
aos conceitos de poder e autoridade e a estratificação social é um exemplo de
ambos.
A estratificação social é um conceito que envolve a classificação das
pessoas em grupos com base em condições socioeconómicas comuns. Um conjunto que
relaciona as desigualdades com as dimensões económica, social, política e ideológica. A estratificação
social encontra-se relacionada com a imagem, pois foi encontrada numa zona de baixo rendimento
(classe baixa), em que parece ser
“ proibido sonhar”. A ideia presente é
que se se nasceu pobre
assim terá que viver até ao fim dos seus dias, pois num local onde não dá para viver menos dá para sonhar. Por todo o mundo existe este tipo de casos, em que entidades
cujo estatuo é superior (classe alta e média) têm vantagens sobre os restantes que são tratados de maneira diferente e com vantagens
levando a desigualdade por terem menos possibilidades.
Dividir pessoas pelas suas crenças, sexo, posses,
raça iniciou-se logo nos primeiros grupos de indivíduos e parece ser algo que em pleno século
XXI já estaria
ultrapassado, mas como vivemos
numa sociedade capitalista, conseguimos
facilmente distinguir as diferenças entre a classe alta, a classe média e a
classe baixa com uma simples ida a rua. Nada parece mudar
com o passar do tempo, aliás cada vez mais este espaçamento
entre classes parece aumentar.
Onde dinheiro significa poder e poder
significa autoridade sobre os restantes vem, como consequência, a desigualdade entre os indivíduos, pois como é sabido um médico é muito
mais valorizado do que alguém como um pedreiro.
Já dizia Sá
Carneiro “A igualdade de oportunidades, independentemente dos meios de fortuna
e da posição social, é cada vez mais um mito, designadamente em sectores como
a saúde, a habitação e o ensino, onde tudo se degrada a um ritmo alucinante.”
A questão é: será que devemos deixar alguém dizer o
que podemos ou não ser na nossa vida? Até onde podemos ir? Vamos deixar que uma
sociedade faça a nossa classificação como meros objetos e nos restrinja
oportunidades?
Até quando vamos ver uns que nada sabem fazer
e têm tudo e outros com capacidades e vontade sem nada.
E ainda dizem que Deus dá nozes a quem não
tem dentes.
Fernando Claro, 12º C
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