Nesta pintura de Paweł Kuczyński,
caricaturista e pintor polaco, detentor de vários prémios nesta área, podemos
ver ser associado o dinheiro à religião de uma forma bastante caricata. É uma
imagem muito simples: o artista deu cores que se evidenciam mais aos
objetos principais e cores não tão fortes ao chão e parede, colocando a
mensagem que quer transmitir mais visível e, no
centro, para chamar mais a atenção.
Observamos uma
caixa de multibanco que tem direcionado para si
um púlpito de oração com uma bíblia sobre ele, levando-nos, assim, a acreditar que
as orações ali realizadas têm por base o
dinheiro. Ou seja, o "deus", o centro de religiosidade, nesta imagem,
é o dinheiro.
Aqui, o caricaturista
está claramente a criticar a importância que a sociedade dá, cada vez mais, aos
bens monetários.
Texto Argumentativo
O dinheiro e a sociedade
À medida que o tempo passa, as pessoas olham cada vez menos para o lado
e cada vez mais para as suas carteiras. Mas a verdade é que também são, na sua
maioria, obrigadas a isso pelo meio socioeconómico em que vivemos. O
dinheiro é cada vez mais valorizado uma vez que está a escassear na sociedade
presente e todos sabemos que quanto maior a procura, maior o valor. O ridículo
de tudo isto é ver até que ponto é que as pessoas se deixam dominar por esta
procura.
É natural vermos
as pessoas preocupadas com dinheiro se as contas ao fim do mês continuam a
chegar, se o preço da comida continua a ser um absurdo, se os seus filhos
querem ou precisam de algo e o dinheiro não chega para tudo, mas qual é o
limite desta naturalidade? É triste ver um país chegar ao ponto em que o
noticiário é feito de assaltos, suicídios e homicídios, tudo por causa de
dinheiro.
E como se isto
não bastasse, como se várias mortes ao longo do dia não fosse já suficiente,
ainda somos obrigados a lidar constantemente com as desigualdades monetárias
que existem à nossa volta. Ver uns a contar trocos enquanto outros esbanjam
fortunas, uns com tantas oportunidades e outros com tão poucas. Não é algo
fácil de ser encarado, mas é a realidade em que somos obrigados a viver e é
esta realidade que leva as pessoas ao desespero.
Esta falta de
dinheiro e estas diferenças sociais já são vividas desde o início dos tempos,
no geral, todos pensam que evoluímos para algo
melhor, mas será que sim? Será que a vida das famílias que não têm posses, que quase não têm dinheiro para comida, é
em alguma coisa diferente da escravatura dos dias de antes? Ambos trabalham e
pouco ou nada recebem em troca, ambos se encontram confinados a um espaço
restrito que, por mais que queiram, não podem abandonar por falta de meios, ambos com uma vida que
nunca quiseram ter.
Por tudo isto, quando ouvirmos dizer que estamos muito melhor, que os
tempos de agora nada têm a ver com os tempos de antigamente, se tirarmos um
momento e olharmos à nossa volta, vamos reparar que já vimos as pessoas mais
certas disso. A fé pode até mover montanhas, mas o dinheiro move o mundo.
Raquel Alves, 12ºD
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