Leitura da Imagem
Edvard Munch foi um pintor expressionista norueguês imortalizado
pela sua obra “O Grito”.
Neste caso, o quadro ilustra uma forma humana aterrorizada. Em
termos cromáticos, o desenho é constituído maioritariamente por cores quentes,
mas também podemos observar cores frias.
Neste quadro, também podemos observar que é maioritariamente constituído por linhas curvas, como se tivessem sido reproduzidas pelo grito dado pela figura em primeiro plano.
A
minha escolha pelo quadro “O Grito” de Edvard
Munch prende-se com a expressão da figura que aparece em primeiro plano. Se
olharmos fixamente para os olhos da personagem, compreendemos que estamos na
presença de algo que a horroriza. Há algo de quase grotesco na sua cara - olhos
extremamente redondos, narinas bastante salientes,
ao contrário do nariz e da forma da boca, que
terá originado o título do quadro.
A
ausência de cabelo e as maçãs do rosto bem
vincadas garantem um aspeto desgastado e faz pressupor a ideia de que estamos
na presença de alguém em final de ciclo. Ora, parece-me inequívoco de que este
final de ciclo é a morte e considero que estamos na presença de uma passagem
para o outro mundo. Acho que esta passagem onde se encontra a figura é tida
como a ponte (exatamente onde a figura se encontra) entre mundos e aqui
descobrimos qual o nosso destino final. Um pouco à semelhança do “Auto da barca
do inferno” que estudámos no 9º ano, atravessar
o rio era tido como a saída de uma zona neutra, onde nenhuma alma poderia estar
e o azul presente no quadro representa, sem
dúvida, essa linha divisória. Em contraste com o
rio aparecem todas as outras cores, com predominância para o amarelo e o
vermelho que automaticamente nos remetem para
fogo, neste caso em concreto, para as chamas do inferno.
Ao
fundo, vemos dois vultos, obviamente escuros,
que parecem vir na direção da personagem. Simbolicamente, a sua presença
significa que a escolha quanto ao seu destino final está resolvida, até porque
não há nenhum outro elemento no quadro que nos remeta para a ideia de que esta
figura tenha hipóteses de salvação. A figura está de costas para os vultos e
como tal, sente obviamente a sua presença, mas
parece estar imobilizada e sem hipótese de fuga. A sua reação, bem explícita na
sua cara, revela todo o horror da consciência da
morte e do que o espera.
O
gritox pode,
simultaneamente, expressar o medo e o
arrependimento. Aliás, o nome do quadro poderia
muito facilmente ser substituído por “o fim”.
Texto Argumentativo
A morte é algo que nós enfrentamos todos os
dias, algo sobre o qual a sociedade evita falar,
mas mesmo assim não conseguimos fugir dela.
Todos
os dias que passam, estamos mais perto do
momento em que chegaremos ao final do ciclo, a morte. Mesmo sabendo que é algo
a que nascemos destinados, nós vivemos num
constante sofrimento.
A
morte é vista por muitos como uma coisa má, algo que nos retira o poder de
viver e que nos separa daqueles que nos são queridos,
provocando-nos tristeza e sofrimento. Mas também existem aqueles que defendem
que a morte é apenas a passagem para um lugar melhor, o Paraíso.
Para mim, a morte é algo que me atormenta no meu dia-a-dia, vivo num medo constante de um dia adormecer num sono profundo de onde nunca mais vou ser capaz acordar.
Hugo
Silva, 12ºG
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