sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Posso ter defeitos






Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar algumas vezes irritado,
mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E posso evitar que ela vá à falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver,
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis
no recôndito da tua alma.
É agradecer a Deus em cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Pedras no caminho? Guardo-as todas, um dia vou construir um castelo…

Fernando Pessoa


Escolhi este poema de Fernando Pessoa porque desde a primeira vez que o li fiquei fascinado, apesar de não saber quem era o autor. Só mais tarde vim a descobrir que esta era mais uma obra de Pessoa.
Em algumas das fases menos boas da nossa vida, quando tudo parece correr mal e nos vitimizamos e nos martirizamos, pensamos nos “porquês” - “Porquê eu?”; “Porquê a mim?”; “Que mal é que eu fiz para merecer isto?”…
E andamos a pensar, a remexer tudo vezes sem conta, num “ciclo vicioso de porquês”. No entanto, a atitude que devemos ter é [deve ser] igual à que Pessoa descreve: ”Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e tornar-se autor da própria história”. Vitimizarmo-nos só serve para nos deixar “no fundo do poço” e não nos leva a lado nenhum. Devemos levantar a cabeça e recolher forças nas coisas boas que nos aconteceram, e recolher todas as pedras que temos no caminho, para que um dia, também nós possamos construir um castelo. O nosso castelo.

E, para acabar, pegando nas palavras de Pessoa: “Mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo. E posso evitar que ela vá à falência”. Só pensamentos positivos atraem as coisas positivas.



Ivan Torres 12ºB

2 comentários:

Administrador disse...

Este texto não é de Fernando Pessoa, como se percebe pela estrutura sintáctica de forte influência brasileira. É uma combinação de textos de dois autores brasileiros. Uma discussão mais profunda sobre esta problemática encontra-se e. g. em http://static.publico.clix.pt/homepage/provedor/04.ruiAraujo/textos/2007.05.13.fernandoPessoa.asp

Fátima Inácio Gomes disse...

Muito obrigada aos "finalistas da UCP" por terem chamado a atenção para esta questão. Já numa aula se tinha abordado essa questão, pois a temática e o estilo não encaixavam, de todo, com a do ortónimo. Contudo, proliferavam os espaços onde a autoria do poema lhe era atribuida... pairava a dúvida.

Mais uma vez, muito, muito, obrigada pelo contributo.