Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O INFANTE
Deus quer, o homem sonha, a obra nasce.
Deus quis que a terra fosse toda uma,
Que o mar unisse, já não separasse.
Sagrou-te, e foste desvendando a espuma,
E a orla branca foi de ilha em continente,
Clareou, correndo, até ao fim do mundo,
E viu-se a terra inteira, de repente,
Surgir, redonda, do azul profundo.
Quem te sagrou criou-te portuguez.
Do mar e nós em ti nos deu sinal.
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor, falta cumprir-se Portugal!
Fernando Pessoa
Eu escolhi este poema pela referência aos Descobrimentos, que é a época da História Portuguesa que eu prefiro e a única em que o nosso país conseguiu fazer-se notar pela positiva.
Além do tema, gostei da estrutura. Não sendo eu um apreciador de poesia, canso-me menos com o que é directo e bem explícito, como este poema, com rimas e versos populares e linguagem acessível, sem muitas conotações.
Helder Ribeiro, 12ºC
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