quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Todas as Opiniões


Nunca fizeram crescer uma erva ou nascer uma flor.
Toda a sabedoria a respeito das cousas
Nunca foi cousa em que pudesse pegar como nas cousas;
Se a ciência quer ser verdadeira,
Que ciência mais verdadeira que a das cousas sem ciência?
Fecho os olhos e a terra dura sobre que me deito
Tem uma realidade tão real que até as minhas costas a sentem.
Não preciso de raciocínio onde tenho espáduas.

Alberto Caeiro


Gostei deste poema e assumi que Alberto Caeiro é um realista/naturalista, que acredita no natural(natureza). Eu identifico-me um bocado com dois versos em que Caeiro fala da ciência ("Se a ciência quer ser verdadeira", "Que ciência mais verdadeira que a das cousas sem ciência?”). Isto é cada vez mais uma verdade pura (para mim, é claro): com o avanço da ciência, durante estes séculos, e os seus resultados incríveis, as pessoas começaram a acreditar que a ciência salva o mundo, que arranja solução para tudo, esquecendo quem lhes forneceu alimento, quem curou (plantas medicinais) milhares de pessoas e permitiu a sobrevivência humana. Estou, certamente, a falar da natureza.
Com as pessoas a acreditar na ciência como a salvadora do mundo, quase um deus, temo-nos esquecido da natureza e estamos a prejudicá-la com os nossos actos violentos: aquecimento global, desflorestamento, água poluída, são alguns exemplos de como nos comportamos com a natureza. As pessoas comportam-se desta maneira devido à crença que têm na ciência: acreditam que o planeta será salvo pela ciência, que uma cura aparecerá, limpará os resíduos tóxicos que poluimos o que nos alimenta. Achamos cruel matar os pais, que nos alimentam, mas é-nos indiferente matar a natureza que também nos alimenta e ajuda durante estes séculos todos. Tantas opiniões que há sobre a Natureza: "Nunca fizeram crescer uma erva ou nascer uma flor.” - Não podemos só falar, temos de agir, vamos ajudar a salvar a mãe natureza e ajudamo-nos nós próprios, não custa nada dar uma mãozinha.


Bruno Pereira, 12º F

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