segunda-feira, 1 de dezembro de 2008


Se eu pudesse trincar a terra toda
E sentir-lhe um paladar
Seria mais feliz um momento…
Mas eu nem sempre quero ser feliz
É preciso ser de vez em quando infeliz
Para se poder ser natural…

Nem tudo é dias de sol,
E a chuva, quando falta muito, pede-se,
Por isso tomo a infelicidade com a felicidade
Naturalmente, como quem não estranha
Que haja montanhas e planícies
E que haja rochedos e erva…

O que é preciso é ser-se natural e calmo
Na felicidade ou na infelicidade,
Sentir como quem olha,
Pensar como quem anda,
E quando se vai morrer, lembrar-se de que o dia morre,
E que o poente é belo e é bela a noite que fica…
Assim é e assim seja…

(Alberto Caeiro)



Eu escolhi este poema porque eu prefiro a poesia de Alberto Caeiro a outra que tenha estudado para já. Aquilo que Caeiro exprime neste poema é a sua felicidade, na primeira estrofe, com os versos " Mas eu nem sempre quero ser feliz/É preciso ser de vez em quando infeliz/Para se poder ser natural…" e isto identifica-se com Caeiro que também liga estes versos a Natureza sendo ele o "poeta da Natureza".
Caeiro vê o mundo sem necessidade de explicações "Que haja montanhas e planícies/E que haja rochedos e erva…", para ele é algo maravilhoso e inexplicável. É um poema simples, só Caeiro possui esta característica, apesar de ter alguns versos compridos, que também tem a ver com Caeiro (métrica irregular).
A estrofe que mais aprecio é a última devido ao jogo de palavras que possui. No fundo poema interessantíssimo.
Logo se assim é, assim seja...

Manuel Sarmento, 12ºA

[texto por editar pela professora]

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