O Binómio de Newton é tão belo como a Vénus de Milo.
O que há é pouca gente para dar por isso.
óóóó - óóóóóóóóó - óóóóóóóóóóóóóóó
(O vento lá fora.)
Álvaro de Campos
Após ler uma série de poemas de Pessoa Ortónimo e dos seus vários heterónimos, deparei-me com este pequeno poema de Álvaro de Campos. À primeira vista achei esta comparação, do Binómio de Newton com a Vénus de Milo um pouco estranha, contudo o homem no seu esforço constante de compreender o universo acabou por criar uma ciência tão complexa e exacta que pode ser considerada mais divina que humana, a Matemática. Não é de admirar que alguns matemáticos cheguem mesmo a afirmar que têm como principal objectivo desenvolver a beleza e não a utilidade de um determinado teorema, tal como disse Hermann Weyl: "o meu trabalho sempre tentou unir o verdadeiro e o belo, mas, quando tive de escolher entre um e o outro, escolhi normalmente o belo."
O problema é que esta beleza que reside na matemática pode não ser visível aos olhos de toda a gente, aquilo que para um matemático pode parecer magnífico pode não ter qualquer valor artístico para outra pessoa. Pode até admitir que tem alguma funcionalidade ou até que tem uma boa estrutura, mas quanto a sua beleza, existirão várias dúvidas. É claro que isto não sucede apenas na matemática, em qualquer outra arte podem existir várias opiniões sobre a mesma obra. O mesmo quadro pode ser considerado fantástico por uns e ao mesmo tempo ser considerado horrível ou ridículo por outros. Penso que é exactamente a isto que Campos se refere com o poema, que a matemática tem o mesmo valor artístico que qualquer outra forma de arte é apenas diferente.
Carlos Fitas
12ºC
[texto por editar pela professora]
2 comentários:
infâme!!
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