Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
quarta-feira, 17 de dezembro de 2008
O Argonauta das Sensações Verdadeiras
Procuro despir-me do que aprendi,
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
E raspar a tinta com que me pintaram os sentido,
Desencaixotar as minhas emoçoes verdadeiras,
Desembrulhar-me e ser eu, nao Alberto Caeiro,
Mas um aninal humano que a Natureza produziu.
E assim escrevo, querendo sentir a Natureza, nem sequer como um homem,
Mas como quem sente a Naturteza, e mais nada.
E assim escrevo, ora bem, ora mal,
Ora acertando com o que quero dizer, ora errando,
Caindo aqui, levantando-me acolá,
Mas indo sempre no meu caminho como um cego teimoso.
Ainda assim, sou alguém.
Sou um Descobridor da Natureza.
Sou um Argonauta das sensaçoes verdadeiras.
Trago ao Universo um novo Universo
Porque trago ao Universo ele-próprio.
Alberto Caeiro
Eu escolhi este poema de Alberto Caeiro, porque este procura ser a voz da Terra, com a sua simplicidade e naturalidade, sem preocupações de ordem metafísica e social. Caeiro desnuda as coisas de sentidos filosóficos, vendo-as tal como são. Este poema também me chamou à atenção pelo facto de ele, como eu, achar que uma pessoa, ao abordar uma situação diferente, deve ir desprovido de pré-conceitos ou preconceitos, pois nunca se deve julgar um livro pela capa e que tambem é humano errar e com esses erros é que nós aprendemos e devemos sempre tentar superar as nossas dificuldades, por muito difícil que seja. E, apesar de todos os erros que possamos cometer, ninguém nos pode apontar o dedo e dizer que somos menos que esse alguém. Gosto principalmente dos dois últimos versos, porque dizem-me que, quando conhecemos alguém, "o Universo" [?], damos-lhe a conhecer uma coisa nova, o nosso Universo.
Ana Monteiro
12º A
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1 comentário:
"Gosto principalmente dos dois últimos versos, porque dizem-me que, quando conhecemos alguém, "o Universo", damos-lhe a conhecer uma coisa nova, o nosso Universo." - esta tua interpretação é bonita, romântica, mas não se aplica a Caeiro. Quando ele fala no Universo, é mesmo do Universo que fala! ;-)
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