terça-feira, 2 de dezembro de 2008

Não, não é cansaço...


Não, não é cansaço...

É uma quantidade de desilusão

Que se me entranha na espécie de pensar.

É um domingo às avessas

Do sentimento,

Um feriado passado no abismo...

Não, cansaço não é...

É eu estar existindo

E também o mundo,

Com tudo aquilo que contém,

Como tudo aquilo que nele se desdobra

E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.

Álvaro Campos

O poema que escolhi é um exemplo da fase decadentista que caracteriza o Campos. Tal e qual como Campos também sinto o cansaço da vida monocórdica, calendarizada sem escrúpulos, sem nada de novo apenas engrenagens e mais engrenagens que se vão amontoando e moendo umas as outras numa cadeia de eventos meticulosamente programados por um qualquer entidade (ou a falta dela) com uma agenda bem livre e pouca imaginação no que toca a variabilidade sensacional.

Assim como a Campos as coisas parecem-me não ter sabor de tantas vezes mastigadas ou sem cheiro de tantas vezes que já foram respiradas. Se bem que ao contrário do Campos que parecia não encontrar sentido par a vida eu encontro, o único problema é que o caminho parece demasiado desenxabido e homogéneo. As flores estão lá mas todas da mesma cor…assim como tudo o que não tem cor e que para mim parece ter a mesma cor, que é a mesma que as flores…



Tiago Faria, 12ºC

[texto por editar pela professora]

2 comentários:

Dylan disse...

Magnífico.

Anónimo disse...

Thanks you very much ladies and gentelmen...