Não, não é cansaço...
É uma quantidade de desilusão
Que se me entranha na espécie de pensar.
É um domingo às avessas
Do sentimento,
Um feriado passado no abismo...
Não, cansaço não é...
É eu estar existindo
E também o mundo,
Com tudo aquilo que contém,
Como tudo aquilo que nele se desdobra
E afinal é a mesma coisa variada em cópias iguais.
Álvaro Campos
O poema que escolhi é um exemplo da fase decadentista que caracteriza o Campos. Tal e qual como Campos também sinto o cansaço da vida monocórdica, calendarizada sem escrúpulos, sem nada de novo apenas engrenagens e mais engrenagens que se vão amontoando e moendo umas as outras numa cadeia de eventos meticulosamente programados por um qualquer entidade (ou a falta dela) com uma agenda bem livre e pouca imaginação no que toca a variabilidade sensacional.
Assim como a Campos as coisas parecem-me não ter sabor de tantas vezes mastigadas ou sem cheiro de tantas vezes que já foram respiradas. Se bem que ao contrário do Campos que parecia não encontrar sentido par a vida eu encontro, o único problema é que o caminho parece demasiado desenxabido e homogéneo. As flores estão lá mas todas da mesma cor…assim como tudo o que não tem cor e que para mim parece ter a mesma cor, que é a mesma que as flores…
Tiago Faria, 12ºC
[texto por editar pela professora]
2 comentários:
Magnífico.
Thanks you very much ladies and gentelmen...
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