quarta-feira, 17 de outubro de 2007

O Reflexo de Uma Sociedade


Jane Austen é uma exímia escritora inglesa que nas suas obras, prima pela crítica e sátira social da sociedade inglesa do século XVIII, através de romances estruturalmente brilhantes e com histórias que conseguem suster os leitores.

Orgulho e Preconceito é, indubitavelmente, uma meditação extraordinária sobre a forma como as primeiras impressões, as ideias antecipadas que construímos sobre os outros acabam, muitas vezes, por assolar as relações humanas.

A história centra-se em Elizabeth Bennet e Darcy. Ambos têm uma relação conturbada, onde a paixão de Elizabeth por Darcy é camuflada pela hostilidade e pela displicência partilhada pelos dois.

O que merece realce no romance de Jane Austen é o facto da autora conseguir, através deste, mostrar uma sociedade repleta de convenções, onde os sentimentos não eram, de modo algum expressos, o que geralmente completava [implicava] uma série de mal-entendidos. É descrevendo a típica sociedade inglesa do século XVIII, que Jane Austen insere o relacionalmente de Elizabeth e Darcy. Neste romance, o preconceito de Darcy é insistentemente confrontado com o orgulho e inteligência de Elizabeth.

O leitor deve ainda levar em conta que, apesar da obra ter sido escrita há mais de duzentos anos, consegue ainda suster os leitores, o que se devera, certamente, ao facto de mencionar realidades tão elementares como asrelações entre as pessoas.

Mais uma das características de Jane Austen é a sua capacidade de ironizar a frivolidade e a fraqueza do carácter das pessoas, sendo esta uma das formas de criticar os costumes do seu tempo, uma vez que pela imitação, chega a satirizar determinados caracteres, nomeadamente o do Sr. Collins.Uma pessoa cujo único fim é atingir uma posição elevada na sociedade, descartando a importância de ter uma opinião mais profunda acerca do mundo que o rodeia. Para o Sr. Collins, o que vale são as aparências e a todo o momento ele quer aparecer como algo que, efectivamente, não é.

Apesar de todos os aspectos positivos tenho a apontar o fim, pouco criativo, em que «tudo e todos acabam bem». Não há originalidade, o que acaba por decepcionar quem tão atentamente seguiu um relacionamento tão conturbado e intrigas tão empolgantes.

Apesar do lamentável fim da história, é de notar a genialidade da obra, o requinte da escritora e a fácil compreensão de relações e controvérsias que poderiam ser vividas por qualquer um de nós.



Ana Macedo 11ºE

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

O artigo tem qualidade, Ana. Contudo, há trechos cuja inspiração não é tua... encontrei duas fontes, pode até haver mais...

http://portugaldospequeninos.blogspot.com/2006_01_01_archive.html

http://www.digestivocultural.com/colunistas/coluna.asp?codigo=1910

Pelo menos, houve trabalho de pesquisa e de articulação do discurso.