Desde que nasci, sempre ouvi dizer que vivia numa democracia e não numa ditadura. Contudo, não é o que me parece. Será possível que um professor, como qualquer outro cidadão no seu pleno direito democrático, não possa contar uma piada sobre o primeiro–ministro, sem que a impecável Directora Regional vá, de imediato, “fazer queixinhas”? Pelo que li, o citado professor, terá contado a “célebre” piada sobre alicenciatura de José Sócrates, na Universidade Independente, numa conversa particular. Agora pergunto: Quantos portugueses não fazem o mesmo nas suas casas ou em conversas mais privadas, com amigos, colegas de trabalho, ou alguns, até em ambientes bem públicos? Se todos tivessem o mesmo sentido de humor da “exemplar” Directora Regional, certamente metade dos portugueses seriam alvo de dezenas de processos.
Um dos factos que não me deixou de impressionar, foi o silêncio do primeiro-ministro, José Sócrates, e da nossa “reverenciada” Ministra da Educação, o que me fez, de imediato, lembrar aquele famoso ditado popular: «Quem cala, consente!». É que, apesar da piada ser dirigida ao primeiro–ministro, este como suposto defensor de um sistema democrático deveria, certamente, adoptar uma atitude crítica face à “ridícula” queixa da Directora Regional de um professor que “supostamente” vive numa democracia e tem todo o direito de expressar livremente a sua opinião, sobre o «mais comum dos mortais», ou sobre primeiro-ministro, José Sócrates.
Ana Isabel do Vale Faria Macedo, 11.º E