quarta-feira, 21 de março de 2007

O Retrato de Dorian Gray


Depois de muito tempo à procura de um livro que valesse mesmo a pena ser comentado para avaliação, decidi escolher O Retrato de Dorian Gray...
Oscar Wilde, sendo o seu autor, é considerado como um dos maiores escritores ingleses do século XIX... Nasceu em 16 de Outubro de 1854 ,em Dublin, Irlanda, e foi educado no Trinity College, em Dublin, e mais tarde em Oxford.
Com a publicação de Retrato de Dorian Gray, Wilde dá começo à sua verdadeira carreira literária ... Porém, sua vida privada não fica imune diante das regras estritas do conservadorismo vitoriano! Quando passa a viver a vida ambígua de homossexual e de homem casado, o risco de um escândalo torna-se cada vez maior. Como a homossexualidade era por si só ilegal, Wilde acaba por ser preso e condenado a cumprir dois anos de trabalhos forçados.
Libertado em 1897, deixa a Inglaterra e vai para a França, onde assume o nome "Sebastian"... Morre arruinado, em 30 de Novembro de 1900...
O Retrato de Dorian Gray surge em em 1890, com uma segunda edição no ano seguinte, a que o escritor acrescentou seis novos capítulos e um prefácio... A história discute (problematiza) o desejo da imortalidade e da beleza eterna com os próprios valores morais da vida, ligando-os de uma forma brilhante e, diria até, venenosa...
Agora, na minha opinião, achei o início do livro um tanto enfadonho... discurso lento e organizado com poucas emoções à mistura. Mas rapidamente constatei que valera mesmo a pena ter começado aquele romance! À medida que vamos avançando, o livro confronta-nos com uma noção de “perfeição impossível” em que a beleza se mistura com as leis morais e sociais da vida... Quando tudo começa a ganhar “corpo”, já as personagens estão cravadas na mente do leitor, o que, no meu caso, acelerou o ritmo da leitura, sem dúvida Razz...
E mais! Impressionou-me a frieza de algumas passagens do livro!!! Passagens tão cruas, mas tão incrivelmente saborosas de ler! Quem já leu o livro deve saber que falo das suas teorias: diz-se até que Wilde conseguiu chocar a sociedade vitoriana com elas, em que muitos viram nelas um espelho dos seus defeitos... pois consegue ser “politicamente incorrecto”, como diria a Prof. Razz
Acredito... =S Cheguei até a chamar-lhe “livro sem alma” quando ia nas últimas páginas!!! Grande erro meu... Cheguei à última frase e até me arrepiei! x)
É bom... aconselho o livro a quem deseja ter a mente, momentaneamente, assombrada pelos ditos de Oscar Wilde... Wink

Amandine
10º B

7 comentários:

Li disse...

quem emprestou o livro, quem foi, quem foi? :D

Fátima Inácio Gomes disse...

É dificil comentar o comentário a um livro que se ama!... mas, tentado ser neutral, creio que posso afirmar que conseguiste transmitir vários aspectos que podem seduzir potenciais leitores, nomeadamente, o próprio Wilde. É que, no caso, é tão marcante quanto a sua obra. Talvez pudesses ter abordado o porque do título, levantando um pouco do véu.

Já agora, recomendo a longa e belíssima carta que Wilde escreveu do cárcere para o seu amante: De Profundis. É arrebatadora (está publicada!)

Cláudia Amorim disse...

tenho que ler,tenho que ler,

Cláudia Amorim disse...

lol

Fátima Inácio Gomes disse...

Com certeza que tens! Imperdível!

Scorpionster disse...

já desisti de tratar o livro como uma obra... a sua grandiosidade é demasiado... hmmm... grandiosa :-p pra ser tratado como um todo... das partes que mais gostei foi a tragédia irónica de Sybil... ser amada porque representa bem o amor, e quando começa a amar deixa de poder fingi-lo logo deixa de ser amada... genial...

Fátima Inácio Gomes disse...

Sem dúvida!... essa visão da Sybil é, de facto, e simplesmente, genial!... só p'ra quem pode! Wilde no seu melhor.