segunda-feira, 19 de março de 2007

BERGDORF BLONDES

Bom, em primeiro lugar devo dizer que não foi fácil eleger um livro para apresentar.
Primeiro, pensei numa obra intemporal como as Intermitências da Morte de José Saramago.
Todavia, disseram-me que, para alguém como eu que, infelizmente, não tem como hábito adormecer com o livro entre as mãos, este não era dos mais aconselháveis.
Assim, pensei num livro que não só me aliciasse, mas também despertasse a curiosidade de outros leitores não assíduos.
Veio então parar-me às mãos Loiras de Nova Iorque, cujo título original é Bergdorf Blondes.
Vi o resumo! De imediato as palavras glamour, high society, alta-costura e cosmética me saltaram à vista.
Não resisti!
A escritora é Plum Sykes, uma jovem nascida em Londres, que se formou em Oxford, mas que se deixou seduzir pelos encantos de Nova Iorque.
Talvez já tenham ouvido falar nela, uma vez que é
colaboradora assídua da revista Vogue onde escreve sobre moda, sociedade e Hollywood.
Esta amante da cidade que nunca dorme viu o seu livro tornar-se um best-seller em pouquíssimo tempo.
Este fulgurante sucesso de vendas narra o dia-a-dia de umas jovens nova-iorquinas envoltas em mistérios, enigmas e preocupações.
- O que é que devo usar na festa de logo à noite…? Chanel, Pucci, Hermès, Versace…
As personagens vivem assim, oprimidas e sufocadas por estes e outros dilemas igualmente desgastantes e dignos de uma consulta no melhor psicanalista da cidade, assim como um dia no Spa, claro!
A personagem principal, loira, linda, magra, rica e famosa, autodenomina-se moi e é uma jornalista nas horas livres. Quando o personnal shopper, o salão de beleza, as festas, as amigas e as comprinhas lhe dão algum tempo para respirar.
As páginas do livro são, por isso, autênticos guias de Nova Iorque.
Não, de facto não fazem menção à Estátua da Liberdade, nem mesmo ao Empire State Building. Contudo, descrevem com exactidão os mais ínfimos pormenores dos hotéis, salões e das lojas mais chiques e glamourosas da cidade.
No entanto, estas meninas atarefadas também sonham, tal como a maioria das comuns das mortais, encontrar o seu príncipe encantado, que as leve a cavalgar até às mais tórridas e extáticas (?) loucuras que o Rio de Janeiro tem para oferecer.
Isto, metaforicamente falando. Se quiserem desvendar a acepção literal vão ter de ler. Mas posso dar uma pista, o sentido real é igualmente abrasador…
Continuando com a descrição do príncipe perfeito...
Este, não precisa de vir montado num imponente cavalo branco, basta vir, comodamente instalado no seu jacto privado. E, segundo a personagem principal, ter os atributos de Jude Law, abona bastante a seu favor!
Durante esta frenética e entusiástica procura pelos maridos em perspectiva, as personagens, especialmente moi, deixa-se cair nas manhas (malhas?) do verdadeiro amor.
Sendo deliciosas as descrições da narradora daqueles primeiros olhares, das primeiras palavras, dos sorrisos e das escaldantes cavalgadas nocturnas feitas pela personagem e os seus Jude Law(s).
Este, é por isso, um livro que expõe a vida daquelas bonequinhas de porcelana que aparecem nas capas das revistas e que a sociedade idolatra.
Será este o estereótipo de vida perfeita? Serão os casacos de cabedal Alexander McQueen, os sapatos Sergio Rossi, os jeans Chloé e as soirées VIP, um indicador do grau de felicidade?
Antes de finalizar, gostaria de afirmar que, ao contrário do que possa parecer, aconselho este livro não só às apaixonadas por Dolce & Gabbana, Calvin Klein e companhia, mas também às suas caras-metade.
Podem ter a certeza que, depois de folhear algumas páginas do livro, os cavalheiros jamais se irão queixar das eternas horas passadas no centro comercial com as namoradas.
Afinal, poderia ser bem pior…


Tânia Falcão, 10º B

3 comentários:

Fátima Inácio Gomes disse...

Bem, Tânia... continuo a sentir que não serei capaz de ler o livro... mas diverti-me muito com o teu comentário! Soubeste "vender" bem o livro! Apresenta-lo com uma ironia deliciosa... uma qualidade que eu aprecio tanto! Muito obrigada! Se o livro tiver parte do teu sentido irónico já valerá a pena ser lido! :D

Anónimo disse...

Obrigada!
O livro dá para ficar a conhecer melhor os bastidores deste mundo à parte, conhecido como cor de rosa!
E como esse tal mundo não tem nada de melhor do mundo real, pelo contrário.. resolvi põr uma pimentinha...
Beijinhos e comentem;)

Carol Raulino disse...

Esse livro é delicioso!

Recebeu muitas críticas aqui no Brasil, pois as pessoas são preconceituosas de mais para ver o lado bom da história.

Pra mim que sou assídua desse mundo da moda e das celebs instantâneas foi um prato cheio. Acho que é legal pra todo mundo ver que nada é maravilhoso e cor-de-rosa!

Melhor ainda praqueles que acham que estão "por cima da carne seca". Aquela vizinha que põe o salto e pensa que tá em Beverly Hills entra em profunda ao ler o Bergdof Blondes!

Outro do gênero são o volumes do Gossip Girl, que viraram um seriado há pouco tempo, pena que não com tanta fidelidade.

Mas enfim, Bergdorf é meu livro de cabeceira!