quinta-feira, 15 de março de 2007

Um recadinho para ti.






Barcelos, 14 de Março de 2007


Querido diário:




Mais uma vez te escrevo. Desta vez, não para te falar das minhas preocupações ou medos, mas sim de um livro que despertou em mim grande interesse e curiosidade. Este livro, intitulado Recados da Mãe, relata a história de duas crianças que perdem a mãe, e são enviadas para um colégio interno, pela avó.
A sua autora, natural de Coimbra (1958), licenciou-se em Línguas e Literaturas Modernas, Estudos Franceses e Ingleses, pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Escreveu já sucessos como A Lua de Joana ou O Guarda da Praia e foi co-autora da colecção O Clube das Chaves.
Após a leitura deste livro, posso concluir, que o amor consegue ser muitas vezes um motivo de união. É fascinante que uma criança com apenas 10 anos queira reconfortar a irmã, tentando minimizar os danos afectivos causados por uma perda, que a também a lesou.
Esta história despertou (?) tocou-me, porque no fundo, tem um pouco a ver com a minha história. Daí o meu interesse em te falar dela.
Apesar de ficcional, esta história tornou-se, para mim, pessoalmente importante, pois todo o enredo de mentiras que a irmã mais velha conta à mais nova, para a fazer acreditar que a sua mãe está viva (ainda que apenas no seu íntimo), originou a certeza de que, apesar da ausência física permanente, a pessoa em questão nunca deixará de ter valor como ente querido e amado. E, acima de tudo, a certeza de que com o amor, até as famílias que por motivo de força maior se encontram fragilizadas, podem atingir um nível de coesão, capaz de superar dificuldades e contratempos.

"(...)é frequente lembrar-me de muitos episódios que aconteceram no colégio de Santa Isabel, quando Clara era a única pessoa que me fazia sentir em casa e jamais me deixava afundar no desgosto de pensar que a Mãe tinha partido para sempre.
Na verdade, até eu fazer 10 anos, a minha irmã partilhou quase sempre diariamente comigo os sonhos que inventava ao acordar, para que eu pudesse crescer sentindo a proximidade da nossa mãe, que tão cedo nos deixara..."

Despeço, desta forma, com um beijo.


Inês.


Inês, 10ºG.

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Gostei muito, Inês! Detecto um maior cuidado a nível do discurso e fizeste um comentário pessoal, com muita sensibilidade, mostrando tanto a temática base da obra, como o efeito que ela provocou em ti. Parabéns!!!! ;)