sexta-feira, 15 de junho de 2007

A MEU IRMÃO MIGUEL

Irmão, estou sentado junto à porta da casa,
onde nos fazes uma falta sem fundo!
Lembro-me que brincávamos a esta hora, e a mamã
nos afagava: «Mas, meus filhos…»

Agora, escondo-me
como outrora, todas estas orações
vespertinas, e espero que não dês comigo.
Pela sala, a entrada, os corredores.
Depois escondes-te e eu não dou contigo.
Lembro-me que nos fazíamos chorar,
irmão, naquele jogo.

Miguel, tu escondeste-te
uma noite de agosto, ao alvorecer;
Mas, em vez e te ocultares sorrindo, estavas
/triste.
E o teu coração gémeos dessas tardes
extintas cansou-se de não te encontrar. E já
cai a sombra na alma

Ouve, irmão, não demores
A sair. Esta bem? A mamã pode inquietar-se.

Cesar Vallejo
Eu escolhi este poema, porque, a primeira vez que o li, marcou-me e pensei que seria uma boa escolha.
Ivan Torres 10ºB

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

... mas deverias ter dito o que te atraiu no poema...
Eu não conheço este poema (nem sequer o autor, confesso...), diz-me só: os versos estão transcritos conforme o original?