Ódio?
Ódio por ele? Não... Se o amei tanto,
Se tanto bem lhe quis no meu passado,
Se o encontrei depois de o ter sonhado,
Se à vida assim roubei todo o encanto...
Que importa se mentiu? E se hoje o pranto
Turva o meu triste olhar, marmorizado,
Olhar de monja, trágico, gelado
Como um soturno e enorme Campo Santo!
Ah! nunca mais amá-lo é já bastante!
Quero senti-lo d’outra, bem distante,
Como se fora meu, calma e serena!
Ódio seria em mim saudade infinda,
Mágoa de o ter perdido, amor ainda.
Ódio por ele? Não... não vale a pena...
Florbela Espanca
O motivo que me levou a escolher este poema de Florbela Espanca, foi o facto deste falar de diversos sentimentos comuns a todas as pessoas, tais como, o ódio, o amor e a mentira.
Neste poema o ódio é encarado como uma forma de negar o amor. Como diz Raul Seixas, “O ódio não é real, é a ausência do amor”. Com este poema constatei que não vale a pena odiar as pessoas, se estas mentiram ou nos desiludiram, porque a amizade/o amor que temos por essa pessoa vai superar o ódio que por ela sentimos.
Eduarda Correia, 10º A
1 comentário:
Como um poema com o título de "Ódio" pode falar tanto de amor, não é verdade?! Bem visto, bem escolhido, Eduarda. Afinal, o Amor domina o mundo, mesmo quando á a falta dele que se sente...
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