domingo, 31 de maio de 2009

A indiferença…




Como é meu hábito, este tipo de textos são realizados sempre com muito tempo de antecedência (ataque de tosse agoniante), mas ainda bem que desta vez foi diferente. Quando já tinha uma ideia em mente para mais um “desafio do blogue”… deparo-me como uma situação difícil de acreditar e impossível de tirar da cabeça. Decidi logo mudar de tema.
Esta situação ocorreu numa praça de uma das cidades mais emblemáticas do nosso país. Uma cidadã, de origem romena presumo, constatando que o seu pequeno empregado, que por acaso era seu filho (pormenor pouco relevante), não teve um dia ‘’feliz’’ e apenas conseguiu uns míseros euros a pedir na rua, “desata” à bofetada ao pequeno deixando o petiz em lágrimas.
Este pequeno incidente fez-me pensar em dois problemas: a exploração infantil e a imigração, mas como ambos os temas dão ‘’panos para mangas’’, decidi falar apenas sobre a forma como as crianças são usadas e abusadas pelos seus progenitores.
O Estatuto da Criança e do Adolescente reza que "É proibido qualquer trabalho a menores de catorze anos de idade, salvo na condição de aprendiz"; será que aquele rapaz que eu vi estava a aprender a pedir!? Se calhar… é que se fosse um profissional vinha com os bolsos cheios de dinheiro, certo!?
Todas as campanhas ou algo do género contra a exploração infantil são muito bem-vindas, mas enquanto permitirmos que seja possível a abertura de fábricas em países como a Indonésia, China ou Brasil, apenas para poderem empregar crianças e assim diminuírem os encargos salariais, jamais acabaremos com este flagelo.
É urgente tirar as crianças das fábricas, das explorações mineiras e até mesmo das ruas, onde se prostituem. Estes exemplos são, apenas, umas gotas no oceano, pois, por todo o mundo, existem milhares e milhares de crianças a trabalharem em condições desumanas. É urgente dar-lhes uma oportunidade de frequentar a escola para que possam ter um futuro digno pela frente.



João Pedro Sá, 12ºC

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Que belo tema, Sá!
Apesar de muito duro. Mas é real e é extremamente importante chamar a atenção para ele.
Esta escolha diz já muito de ti, um começo, para que as coisas mudem, porque todas as mudanças começam dentro de nós... é importante que essa sensibilidade esteja à flor da pele de todos nós.