Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
sexta-feira, 1 de maio de 2009
O sonho e o prego
A vida é como uma tábua rasa em que pregamos os nossos sonhos.
Cada sonho, cada pedaço de desejo, quando resolvido ser levado em frente, não o pode ser de uma forma qualquer, porque um prego também não é pregado de qualquer forma. Deve haver dedicação e amor, e tem de ser pregado com um martelo, provocando-nos dor, suor e deixando marcas nas mãos, para que, no final de o martelar, o olhemos cansados, mas orgulhosos de nós mesmos, para que vejamos nele o conjunto de tudo o que ele nos deu. Se usássemos uma daquelas máquinas de pregar, seria como se pregassem por nós, pois da nossa parte não haveria uma única gota de suor, e muito pior: não haveria orgulho! Nem sempre ir pelo caminho mais fácil, sem luta, sem qualquer gosto, nos fará orgulhar-nos de nós mesmos, porque “O sumo não justifica a espremidela”.
A vida é mais do que pregar, é martelar e desejar a conclusão do sonho, é olhar para a tábua no final de tudo, retirar os pregos e ver a perfeição de todas as imperfeições em cada marca, ver cada falha e cada correcção, ver que não foi tempo perdido, mas sim que tudo valeu a pena. Ela é um misto de novas adaptações e mutações, sendo o sonho o seu alimento, aquilo que faz a vida viver.
Sem sonhos não se vive, vagueia-se, e como todos temos sonhos, e todos temos vida, mesmo não tendo a vida que sonhamos, teremos sempre o sonho para viver.
Patrícia Duarte
12ºB
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1 comentário:
Parabéns, Patrícia. Está um belíssimo texto, para uma imagem muito sugestiva.
Gostei da tua "filosofia" e coiso [private joke :D].
É um texto equilibrado, que não recorre a malabarismos linguísticos para brilhar, nem cai no convencionalismo da metáfora fácil.
Boa! :D
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