quarta-feira, 6 de maio de 2009

Charles Darwin


* versão original e anoitecida, por se resignar a Amanhecer*



É sabido que as perguntas que nos fazem são sempre, e serão irremediavelmente, as mais difíceis; que o nosso exame de matemática é que foi complicado; que a nossa dor é maior que a mesma a doer aos outros…
Mas, apartados esses prévios inconvenientes factuais, tenho-me no direito de rabujar com quem (impiedosamente) me escolheu tão complicado assunto, isto, por ser de simples e inevitável desenvolvimento. Incoerente? Passo a explicar:
Ora, como é que se escreve sobre Charles Darwin?
Inicialmente apresentam-se alguns aspectos da sua tão divulgada biografia, os mais interessantes – pelo que me arrependo já do termo alguns.
Concretizando: Charles Darwin nasceu a 12 de Fevereiro de 1809 na cidade rural de Shrewsbury, na Inglaterra. O seu pai, Dr. Robert Darwin, foi um físico proeminente da época. A sua mãe, Susannah, morreu quando Charles Darwin tinha oito anos, por uma ou outra razão, ele nunca teve dela recordações muito vivas. De facto, ao longo de toda a sua vida, Darwin nunca foi um bom observador de pessoas, tendo sido, no entanto, um excelente observador de objectos e animais, gostando de coleccionar, por exemplo, ovos de pássaros, conchas marinhas, besouros e minerais que guardava e organizava no seu quarto.
Darwin não foi um aluno brilhante, pois não se interessava pelas matérias que lhe ensinavam na escola. Apesar de estar destinado a viver da fortuna da família, o seu pai persuadiu-o a optar por uma profissão. Em 1825, Charles Darwin foi estudar medicina, desistindo dois anos depois, para iniciar o curso de direito na Universidade de Cambridge.
Foi aí que um dos seus professores, Prof. Henslow o convenceu a explorar mais o seu interesse pelas Ciências. Após Darwin se ter formado, em Janeiro de 1831, o Prof. Henslow informou-o do Beagle, um navio que iria partir para uma viagem à volta do mundo numa missão de investigação e, assim, em 27 de Dezembro de 1831, com uma autorização (a contra gosto, apesar de tudo) de seu pai, Darwin partiu numa expedição que iria durar cinco anos e que se iria tornar um marco da história da Ciência.
Durante a sua permanência no navio, Darwin pode experienciar e observar vários aspectos da biologia que até então tinha aprendido. No entanto, quando desembarcou no Arquipélago dos Galapagos confrontou-se com as inúmeras diferenças e semelhanças entre os animais das diversas ilhas e do continente, ou seja, constatou que, ao contrário do que pensava, havia uma forte semelhança entre os seres das ilhas e do continente e que, apesar das condições ambientais serem semelhantes, os seres que habitam regiões insulares diferem muito entre si.
Em 1836, Darwin regressou a Inglaterra, tendo casado, um ano mais tarde, com Emma Wedgwood, sua prima e futura mãe dos seus 10 filhos. Passou o resto da sua vida na cidade de Downe a escrever livros, a estudar, a conduzir experiências e a corresponder-se com outros cientistas (nomeadamente com um naturalista açoriano).
Ao longo de quarenta anos, Darwin desenvolveu em “On the Origins of Species by Means of Natural Selection”, a sua teoria sobre a evolução espécies, que, em traços gerais, consiste na selecção natural dos indivíduos mais aptos - os que possuem características que os tornam mais adaptados ao meio onde vivem.
Mas Darwin, foi igualmente pioneiro em muitos temas controversos no campo das ciências, pois as suas ideias foram realmente revolucionárias, tendo seguido uma linha de pensamento totalmente inovadora. Charles Darwin morreu em 19 de Abril de 1882.
Depois refere-se a importância do seu contributo para a ciência, fazendo um contexto actual da ideia de evolucionismo. Apontam-se dois ou três exemplos para ilustrar argumentativamente as aplicações do darwinismo e acaba-se com uma citação do próprio, porque fica sempre bem fingir entendimento:
Hoje a teoria evolucionista de Darwin é aplicada à linguagem, a estudos sociais, software, robótica, medicina, entre muitas outras ciências e a própria igreja aceita hoje as teorias evolucionistas da vida e do homem. Note-se também, a influencia decisiva que Darwin teve sobre a literatura da segunda metade do século XIX, contribuindo, mesmo que involuntariamente, para o aparecimento do naturalismo literário.
Há dois séculos, Charles Darwin apresentou uma única e simples explicação científica para a diversidade da vida na Terra: evolução pela seleção natural. A partir de então, vários cientistas – principalmente através da genética– descobriram que o trabalho de Darwin é fundamental para as suas próprias pesquisas. Actualmente, os cientistas podem responder a questões sobre o mundo natural de maneiras que Darwin nunca pôde, explicando, por exemplo, as causas da variabilidade das populações – mutações, fecundação e recombinação génica.
Com o avanço da técnica, que está indissociavelmente ligado ao desenvolvimento do conhecimento científico (daí falar-se de tecnociência), surgiram novas ferramentas e tecnologias, nomeadamente, as análises de DNA que permitiram revelar relações não esperadas entre grupos aparentemente distintos.
Darwin ficaria certamente maravilhado em ver como o conhecimento contemporâneo permitiu encontrar novas evidências que corroboram a sua teoria, tendo, por isso, surgido a teoria do Neodarwinismo.
“A ignorância confirma com mais frequência do que o conhecimento: são aqueles que sabem pouco, e não aqueles que sabem muito, que tão positivamente afirmam que esse ou aquele problema jamais será resolvido pela ciência.”
Charles Darwin
E assim, havia já feito o que me fora pedido. No entanto, de meu gosto pouco seria, pois não diz com que sentido de olho vejo tudo isto.
Durante as aulas dedicadas aos mecanismos de evolução (que foram quase tantas quanto bocejos da cadeira ao lado) o que mais me suscitou reflexão, não foram as explicações para a existência de órgãos vestigiais, nem os dados da embriologia ou da biogeografia, nem o lamarckismo, nem as árvores filogenéticas…
O que mais me interessou foi aquele desenho engraçado de Darwin, naquela página com letras aos montinhos. Segundo a prof . uma página muito importante para o exame (ao fim ao cabo são todas, a gente já nem liga ao aviso…).
Interessou-me não por ser engraçado, se bem que a graça é (por artimanha) sedutora, mas por me ter feito (re)aperceber o quão (e como) a Humanidade, ao longo do seu percurso, reflectiu uma bolorenta inércia no pensar, uma inércia igual à que Newton nos ensina, mas esta aplicada ao domínio da inteligência.
Quando surge uma ideia diferente (como foi, totalmente, a de Darwin), um outro tijolo (desta feita muito inovador) para a construção dum progresso que todos dizem querer, há sempre uma resistência de adversidade mental, que age como uma força de atrito a favor da incompreensão.
É verdade que existe na natureza uma tendência para não se alterar o estado de movimento de um corpo, isto é, um corpo em repouso tende naturalmente a permanecer em repouso e o mesmo acontece para um corpo em movimento.
Mas tem a razão de padecer dessa mesma preguiça?
Ora o princípio da inércia apenas se aplica a corpos com massa…mas, há outras massas, como a falta de receptividade, o cepticismo e porventura as crenças, religiosas ou não, que se erguem em tom de barreira para aquilo que é revolucionário. Ou será esta uma realidade já distante?
Pois assim o espero.

3 comentários:

Cláudia Amorim disse...

a pedido de algumas famílias...

rolling eyes

Fátima Inácio Gomes disse...

A gerência agradece tão generoso e colorido contributo proveniente dessas áreas menores... *evil laught*

Fique, assim, registada a cor das letras que faz realçar um pensamento que não se revê no preto e branco... ou será na inércia? ;-)
Gostei muito do sentido crítico, pessoalíssimo, do parágrafo final...

(e, agora, venha o trabalho da imagem!)

Soraia disse...

já não posso ver mais o Darwin à minha frente... principalmente a sua teoria!!

isto foi de o ver em Londres (até pareço o nosso amigo Luso) xD

Homem que veio alterar muita coisa... xD

digamos que tem uma teoria assim para o fantástica!!!

VIVA o DARWIN!!!!