Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
sábado, 23 de maio de 2009
Carpe Vitam
“Carpe Diem”… É o que nos incita a primeira imagem que vemos. A imagem da Efémera, que, vivendo apenas 24 horas, as deve aproveitar como sendo o “último dia da sua vida” (engraçado, e não é que é mesmo?). Este estilo de vida, choca-me de certo modo.
Como podemos nós queres seguir esta “filosofia”? De viver hoje tudo, como se não houvesse amanhã? Além disso, poderemos nós dizer que vivemos isto ou aquilo, quando na realidade o que aconteceu foi que nós experimentámos e que nunca deu para “saborear” e “digerir”? Não, a meu ver, não. A meu ver, a nossa filosofia de vida deveria ser a proposta pela tartaruga: “Carpe Vitae” (Vive a vida).
Pelo facto de ter tantos anos pela frente, vive cada dia calma e vagarosamente e aproveitando para “viver” (no pleno sentido literal da palavra) cada momento, seja ele bom ou mau, triste ou alegre... É, aliás, este facto, de poder viver plenamente cada momento, que lhe permite dar um pleno sentido à vida. Isto é, só conseguimos compreender e valorizar completamente as coisas boas que a vida nos reserva se tivermos antes percorrido os caminhos do sofrimento, as ruas da amargura e as vielas do desespero.
É aqui que reside a maldição da Efémera e todos os que dizem ser como ela e aproveitam cada dia como o último: ao aproveitarem e rentabilizarem os seus dias ao máximo, não têm tempo de compreender esta dimensão da vida, enquanto a pacífica tartaruga a compreende na mais profunda dimensão. Porque, no primeiro caso, procuramos apenas o prazer momentâneo, enquanto, no segundo caso, procuramos a intensidade do momento.
Tal conclusão leva-me a possuir apenas um sentimento pelos adeptos do “Carpe Diem” assim como da Efémera, o sentimento de pena e pesar, pois nunca serão capazes de perceber a verdadeira dimensão da vida, enquanto por outro lado, a triste e solitária tartaruga, que todos deixa compadecidos, nos mostra como viver a vida: simplesmente vivendo…
Vitor Miranda 12ºB nº 27
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13 comentários:
Às vezes penso cá para mim..."Como e que nunca tive uma ideia como este nabo" é que para alem do assunto ser o que é, os teus argumentos são também muito bons.
Sou total apoiante do Carpe Vitae :D
Hum... Tam graça, ja somos dois... Já podemos abrir um club... =D
Ó Vitor quem te vai matar sou eu! xD
Já agora posso fazer parte desse vosso club??? x)
Como já te disse gostei muito do teu texto... ;)
Vitor só tu para te lembrares desta boa filosofia de vida!
Tambem espero que possa aderir a esse clube...
Bom texto pá! Gostei! :)
Está mesmo muito bom...boa perspectiva...típico do geniozinho da turma...
Mas podes confessar que a Mariana tem ajudado:P:D
Grande texto Ó(vito(r))...xD...sempre com as tuas perspectivas de vida e filosofias...nunca mudas es sempre o mesmo...lol
ass: Marcelo
OU GRANDE CONCLUSAO MARCELO!!
"NUNCA MUDAS ES SEMPRE O MESMO"
quem me dera um dia tirar dessas conclusões! sou um inútil! :(
De facto, se não fosse a Mariana, as coisas nunca seriam assim (estranho, só tou co a Mariana a 1 ano, o que será que me ajudava antes?!?!?) =D
Bem Marcelo, há coisas que de facto nunca mudam, como por exemplo seres um pleonasmos, e eu...
Eu ser eu...
Uma boa filosofia de vida!... :)
Gostei da tua abordagem, é pessoal, é pensada. Filosofia de Vida! :)
Ainda bem que apareceu a Mariana... antes dela o que havia? Montagens com fotografias da professora eheheheh
Abençoada Mariana!
E a professoara ainda não a conhece, porque quando a conhecer...
Acho que até se vai passar...
xD
Aguardo, pois...
:)
Bela Mariana...o Destino os uniu.. não há nada que os separe.. Estava (literalmente) escrito:P
Carpe diem é uma frase em latim de um poema de Horácio, e é popularmente traduzida para colha o dia ou aproveite o momento. É também utilizado como uma expressão para solicitar que se evite gastar o tempo com coisas inúteis ou como uma justificativa para o prazer imediato, sem medo do futuro.
Interpretação:
Literalmente, esta frase significa Colhe o dia presente e sê o menos confiante possível no futuro. Ela foi tirada de versos latinos do poeta Horácio, interessado no epicurismo e no estoicismo (nas suas Odes, I, 11, 8 “A Leuconoe”). Ela resume o poema que a precede e no qual Horácio busca persuadir Leuconoe a aproveitar o momento presente e dele retirar todas as suas alegrias, sem se inquietar nem com o dia nem com a hora de sua morte.
Tornado célebre junto ao grande público desde a antiguidade, o excerto Carpe diem é objeto de uma má interpretação: “Aproveita o dia presente” (quando as duas palavras significam “colhe o dia”), é compreendido como uma incitação ao mais forte hedonismo, talvez o mais cego, ele perde toda relação com o texto original que, ao contrário, incita a bem saborear o presente (sem porém recusar toda e qualquer disciplina de vida), na ideia de que o futuro é incerto e que tudo é destinado a desaparecer.
Trata-se, portanto, de um hedonismo de ascese, uma busca de prazer ordenado, racional, que deve evitar todo desprazer e toda supremacia do prazer. É um hedonismo a mínima : é um epicurismo (Horácio fazia parte dos epicuristas da era romana).
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