Debaixo de uma sombra negra
rejubilaram-se todas as mulheres da Arábia Saudita, eufóricas num mar de
emoções, rosto risonho, olhos a brilhar e o coração a palpitar: “Mulheres já podem ir à escola e ao médico sem consentimento
dos homens.”
De objetos sem alma
ergueram-se a mamíferos de pleno direito, compartilhando os mesmos que camelos
e cabras!
Doce aspiração!
O purgatório acabou! O bem
triunfou, o mal foi derrotado! Bem-vindo à utopia!
Há quem discorde! Brutamontes,
atrevem-se alguns a apontar! Sociedade machista!
Mas afinal o que é o
machismo? Em pleno século XXI, os machistas ainda existem. A superioridade em
relação às mulheres, a ridicularização dos metrossexuais e até mesmo dos
homossexuais são temas da sociedade machista. O machismo é a inferioridade do
homem, não a sua força. Quando trai é fraqueza “Coitadinho não resistiu à
tentação”, mas se é traído “Ai meu deus, não pode ser!”. O homem machista é uma
versão medonha do futebolista: o fim do mundo quando estão no chão.
Assassinaste-me diz ele! Milagre, os paramédicos! Sobreviveu! O penteado resistiu!
As mulheres são decoração e
decoradoras da casa. Sair, só de trela. Todos os minutos estão contados, não vá
ela perder-se pelos caminhos tentaculados.
Quando vão ambos trabalhar,
o senhor vai de carro para se mostrar e a sua escrava vai de bicicleta (para
não engordar). Lá vai ele na boa vai-ela. E ela? Ela, fica a tratar da
panela!!! Gaba-se da bruta noite que passou com os colegas no bar, as garinas lá
estavam todas a dançar, e a mulher a definhar.
“A mulher foi moldada a
partir da costela de um homem, ser de cabelos longos, pensamento curto e no
fundo a escrava de escravo.”
Basta!
Chega de noitadas!
Chega destes exageros
exagerados!
Os séculos passaram… E as
mentalidades? Não.
Com o jurássico conviveram e
com ele permaneceram!
Mais forte que nunca, eleitas
em terras distantes, o “laranjinha” que o diga! Não! Não se foram! “Grab them!
Grab them by the p****!”
Ahh!! Tamanhos líderes que
nós temos! Aos milhões morremos! Abaixo a monarquia, dissemos! Abaixo a
submissão! Para quê?
Liberdade, concluímos!
Liberdade? Sim.
Palavras mais livres nunca
tivemos.
A escravidão? Nunca mais!
Fascismo? Nunca mais!
Monarcas infelizes autoritários?
Nunca mais! O século é o XXI, evidentemente que infelizes já não são! Sorrisos
e promessas p’ra todos!
Finalmente! Ahh!! Vamos
acreditar que tudo vai mudar!!!
Catarina Simões, 12ºH
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