terça-feira, 24 de fevereiro de 2015

Da Imagem - Racismo - Raquel ALves





Leitura da Imagem:

A imagem é uma pintura do artista americano Michael D’Antuono, denominada de “A Tale Of Two Hoodies”, ou seja, “Um Conto de Dois Capuchos”. Nesta, vemos em destaque duas figuras humanas: um polícia branco e um menino negro. É importante realçar o contraste entre a presença alta e poderosa do adulto caucasiano em relação à da pequena criança, indefesa. Ambos usam um capucho branco, sendo o do polícia característico da Klu Klux Klan e o do rapaz apenas parte da sua camisola. Também os dois estão a apontar algo um para o outro: o polícia está a apontar a sua arma em direção à cabeça do menino, enquanto que este lhe estende um pacote de doces.

Como pano de fundo da imagem, vemos a bandeira (suja) dos Estados Unidos da América, que se encontra rasgada no centro, revelando, assim, a “Southern Cross”, símbolo adotado por alguns grupos racistas, incluindo o KKK.

A imagem possui uma função crítica, ao realçar a injustiça da sociedade e do abuso do poder exercido pelos brancos. Destaca a supremacia branca, uma vez que, em grande parte, são os caucasianos que ocupam as posições de maior poder (como o polícia) e o facto de as mentalidades não terem realmente mudado, pois os preconceitos continuam os mesmos, sendo, talvez a maior diferença que agora se encontram mais ocultos. Embora, nesta pintura, o destaque seja a sociedade americana, a verdade é que estes problemas são mundiais.


Criação Textual:


Racismo

O racismo é, infelizmente, um tema demasiado corrente do passado e, ao contrário do que muitos pensam, da atualidade. São numerosas as situações em que se verifica discriminações contra pessoas de cor e o consequente privilégio dos brancos.

Um exemplo do privilégio das pessoas de pele branca relativamente às de cor é na procura de emprego. Apesar de possuírem qualificações e competências tão ou mais elevadas para um determinado trabalho, muitas vezes pessoas de cor não são selecionadas para estes cargos, em benefício dos brancos. Esta ocorrência é ainda mais frequente nas funções de grande poder. É fácil perceber isto quando vemos ou lemos as notícias, sendo que uma esmagadora maioria das personalidades nelas presentes – as pessoas de maior relevância no controlo do país e do mundo – são caucasianas. Basicamente, uma pessoa de cor tem de ter o dobro de capacidade e de motivação que uma branca para alcançar o mesmo nível.

Outro caso de racismo é a clara desvantagem que pessoas de cor (principalmente negros) têm face à justiça. Estes têm mais probabilidade de serem parados e revistados pela polícia, assim como de apanharem maiores penas quando condenados. Um caso mediático (entre muitos) foi o de Mike Brown, um jovem negro de 18 anos, assassinado pelo polícia Darren Wilson, apesar de não estar armado e, segundo várias provas, nem sequer constituir ameaça suficiente para o polícia. No entanto, Wilson não só não foi condenado, como ainda foi recompensado: recebeu milhares de dólares por uma entrevista, várias contribuições monetárias para a sua defesa e contou com o apoio de organizações, como a KKK.

Em conclusão, verifica-se que os atos racistas não são tema do passado, mas sim algo intrínseco na sociedade. Desde crianças são-nos incutidos certos estereótipos e ideias, dos quais temos a obrigação de nos ir libertando ao longo da vida. Não podemos assistir passivos a situações de discriminação, mas sim tentar alertar e informar as pessoas destes casos. Há que ter uma mentalidade aberta, de mudança e não de indiferença, pois, apesar de não partilharmos todos a mesma cor e cultura, somos todos humanos e temos de aprender a nos respeitar mutuamente.


Raquel Alves, 12º G

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