Leitura da Imagem:
A imagem é uma pintura do
artista americano Michael D’Antuono, denominada de “A Tale Of Two Hoodies”, ou
seja, “Um Conto de Dois Capuchos”. Nesta, vemos em destaque duas figuras
humanas: um polícia branco e um menino negro. É importante realçar o contraste
entre a presença alta e poderosa do adulto caucasiano em relação à da pequena
criança, indefesa. Ambos usam um capucho branco, sendo o do polícia
característico da Klu Klux Klan e o do rapaz apenas parte da sua camisola.
Também os dois estão a apontar algo um para o outro: o polícia está a apontar a
sua arma em direção à cabeça do menino, enquanto que este lhe estende um pacote
de doces.
Como pano de fundo da
imagem, vemos a bandeira (suja) dos Estados Unidos da América, que se encontra
rasgada no centro, revelando, assim, a “Southern Cross”, símbolo adotado por
alguns grupos racistas, incluindo o KKK.
A imagem possui uma
função crítica, ao realçar a injustiça da sociedade e do abuso do poder
exercido pelos brancos. Destaca a supremacia branca, uma vez que, em grande
parte, são os caucasianos que ocupam as posições de maior poder (como o
polícia) e o facto de as mentalidades não terem realmente mudado, pois os
preconceitos continuam os mesmos, sendo, talvez a maior diferença que agora se
encontram mais ocultos. Embora, nesta pintura, o destaque seja a sociedade
americana, a verdade é que estes problemas são mundiais.
Criação Textual:
Racismo
O racismo é,
infelizmente, um tema demasiado corrente do
passado e, ao contrário do que muitos pensam, da atualidade. São numerosas as
situações em que se verifica discriminações contra pessoas de cor e o
consequente privilégio dos brancos.
Um exemplo do privilégio
das pessoas de pele branca relativamente às de cor é na procura de emprego. Apesar
de possuírem qualificações e competências tão ou mais elevadas para um
determinado trabalho, muitas vezes pessoas de cor não são selecionadas para
estes cargos, em benefício dos brancos. Esta ocorrência é ainda mais frequente
nas funções de grande poder. É fácil perceber isto quando vemos ou lemos as
notícias, sendo que uma esmagadora maioria das personalidades nelas presentes –
as pessoas de maior relevância no controlo do país e do mundo – são
caucasianas. Basicamente, uma pessoa de cor tem de ter o dobro de capacidade e
de motivação que uma branca para alcançar o mesmo nível.
Outro caso de racismo é a
clara desvantagem que pessoas de cor (principalmente negros) têm face à
justiça. Estes têm mais probabilidade de serem parados e revistados pela
polícia, assim como de apanharem maiores penas quando condenados. Um caso
mediático (entre muitos) foi o de Mike Brown, um jovem negro de 18 anos, assassinado pelo polícia Darren Wilson, apesar de
não estar armado e, segundo várias provas, nem sequer constituir ameaça
suficiente para o polícia. No entanto, Wilson não só não foi condenado, como
ainda foi recompensado: recebeu milhares de dólares por uma entrevista, várias
contribuições monetárias para a sua defesa e contou com o apoio de
organizações, como a KKK.
Em conclusão, verifica-se
que os atos racistas não são tema do passado, mas sim algo intrínseco na
sociedade. Desde crianças são-nos incutidos certos estereótipos e ideias, dos quais temos a obrigação de nos ir libertando ao longo da vida. Não podemos assistir
passivos a situações de discriminação, mas sim tentar alertar e informar as
pessoas destes casos. Há que ter uma mentalidade aberta, de mudança e não de
indiferença, pois, apesar de não partilharmos
todos a mesma cor e cultura, somos todos humanos e temos de aprender a nos
respeitar mutuamente.
Raquel Alves, 12º G
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