Leitura da Imagem:
Na imagem, como personagem principal, temos Emma Holten, uma ativista dinamarquesa que respondeu à chantagem do seu ex-namorado que, por vingança, publicou e espalhou fotos da mesma na internet.
Tendo sido vítima de um impiedoso cyberbulling pela
"brincadeira" do namorado, Emma revoltou-se e decidiu "sair por
cima". Deixou-se, então, fotografar e partilhou as fotos, desta vez por sua livre vontade. É de
salientar que a foto apresenta
nudez, numa desmistificação do corpo e numa luta contra
a coisificação da mulher.
Esta é uma das
fotografias por ela publicadas, onde podemos ver Emma, como qualquer outra
mulher ou ser humano, a lavar os dentes. Apresenta-se nua, de cabelo preso e
com pasta dos dentes a transbordar da boca. O espelho está sujo, há toalhas
penduradas na parede e um rolo de papel no lavatório. Esta é, muito
provavelmente, a rotina de qualquer uma, o quotidiano quase involuntário de
qualquer um, que a ativista soube explorar muito bem, com a naturalidade que a
foto transmite.
Em suma, podemos afirmar que Emma Holten quis ser a voz de todas as mulheres que não se sentem bem com o seu corpo e de todos os que sofrem ou sofreram de provocações ou assédios sexuais, esclarecendo que "quer ser vista como um objeto humano, e não como objeto sexual".
Em suma, podemos afirmar que Emma Holten quis ser a voz de todas as mulheres que não se sentem bem com o seu corpo e de todos os que sofrem ou sofreram de provocações ou assédios sexuais, esclarecendo que "quer ser vista como um objeto humano, e não como objeto sexual".
Recriação Textual:
"Outra vez"
É injusto que ganhem os
hipócritas. Não concordo com a justiça do poder do diálogo. Merda. Outra vez
que desaparece e volta pela
passadeira vermelha. Merda outra vez.
Consigo olhar a decadência
nos olhos e julgava-me tão segura, tão sólida. Acho que é assim mesmo que
funciona: salva-se quem melhor fica na fotografia.
E eu que sempre escrevi a lápis por cautela? E todas as vezes que rasurei só
com um traço, como que reprovando o rancor? No final da linha isso não conta.
No final da página não tem importância. No final do livro... Ai! No final do
livro ninguém se lembra. E é uma constante intacta e inata.
Comecei a escrever a
caneta, tinta azul, e sabe bem melhor. Não me arrependo quando troco os acentos
ou não faço o parágrafo onde devia. Escrevo só para mim e eu perdoo-me. Mas não
escrevo por cima de linhas, é chato. Desenho. Ou quase.
É assim que tento levar a
vida, com ou sem rascunhos, em folhas brancas. E que o vento leve estas folhas
e não seja agente de erosão. E amanhã mudo a página. Outra vez.
Rafaela Oliveira, 12º D
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