Leitura da imagem
Grande Ironia
A Primeira Guerra Mundial, também conhecida como a guerra
para acabar com todas as guerras, estendeu-se por toda a Europa, destruindo
tudo à sua frente. Contudo, graças a jornalistas e à população dos locais
afetados, foi possível filmar e fotografar alguns momentos do que foi um dos
maiores conflitos que a humanidade já presenciou. Muitos desses ficheiros
audiovisuais foram recuperados, tratados e reunidos em documentários como o que
contém estas imagens a cores da cidade de Ipres após a batalha de Passchendaele
durante a Primeira Guerra Mundial.
Na imagem do lado esquerdo, em plano de fundo pode-se
observar uma rua deserta com lixo no chão, enquanto em primeiro plano pode-se
constatar um soldado de origem, provavelmente, canadiana, de pé e apoiado num
piano, a observar outro soldado, sentado a seu lado, a tocar piano no meio da
rua. Na outra imagem, na mesma cidade, mas noutro momento, pode-se observar
edifícios completamente destruídos ao fundo, enquanto soldados se posicionam ao
lado de um canhão para serem fotografados. Atrás e ao lado encontra-se uma
imagem de Cristo pregado numa cruz alta que se destaca no meio da destruição.
Contudo os soldados agem naturalmente.
Tanto a primeira como a segunda imagem revelam a ironia e as
contradições da guerra. Quer o piano, quer a cruz são elementos representativos
da música e da religião, respectivamente, que por sua vez simbolizam a alegria,
a paz e a esperança, conceitos pouco usuais em cenários devastadores como
estes. É de realçar que só a batalha de Passchendaele vitimou mais de meio
milhão de combatentes e civis.
Criação de texto a
partir da imagem
O papel da História nos dias de hoje
Nos dias que correm, a população em geral preocupa-se com
muitas coisas que lhes trazem alegrias e que seriam fantásticas, se não
houvesse muitas outras coisas bem mais úteis e interessantes. Hoje em dia,
vários temas, que podem ser a “pedra basilar” da resolução de grandes problemas
atuais, são postos de parte por parecerem aborrecidos “à vista desarmada”. Um
destes temas é a História. Não será o estudo da História relevante para o
entendimento de várias áreas como a política? Não poderá a História ser mais
interessante se a aprofundarmos mais do que os manuais escolares?
Todos os alunos que frequentam do quinto ao nono ano têm
obrigatoriamente aulas de História. Contudo, vários temas, como é o caso das
duas Guerras Mundiais, são pouco abordados. No entanto, todos sabemos que
muitos desses temas foram fulcrais para os acontecimentos que lhes sucederam e
que levaram ao mundo de hoje. No mesmo exemplo, não terá sido o perdão da
dívida à Alemanha após esta sair derrotada de ambas as guerras, o motor para
que hoje o mesmo país se imponha e subjugue os restantes países europeus?
Para além disso, não nos podemos esquecer que o conhecimento
e a cultura geral não “ocupam lugar” e só ajudam. Por exemplo, não será o
entendimento da História e da sua metodologia algo importante para nos ajudar
em diversas tarefas como, por exemplo, na recolha e na análise e compreensão de
ficheiros? Muitas áreas usam a metodologia rigorosa da História, que passa pela
heurística, a crítica e a hermenêutica, para avaliar certas situações e
problemas do dia-a-dia. Entre estas destacam-se áreas tão variadas como as
artes, a literatura e a já mencionada, política.
Para concluir, não nos devemos esquecer das nossas origens.
Porém, não devemos ficar chocados, pois como dizia Saramago: “A História não é
mais do que uma ficção”, pois, se analisarmos bem, ao longo da História
Universal a grande maioria de catástrofes criadas pelo Homem repetem-se e, por
mais que nós a estudemos, o futuro já está de certa forma determinado pela
ignorância de uns e ganância de outros!
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