sábado, 29 de janeiro de 2011

"Diário de um Killer Sentimental"

"Diário de um Killer Sentimental" é o título do livro através do qual Luís Sepúlveda nos dá a conhecer uma versão diferente de um diário, se é que lhe podemos chamar de facto um diário, uma história tão bem contada como só Sepúlveda (e mais um poucos, que, se os contarmos, bem, não ocupam muito mais que duas mãos cheias) sabem contar.
Luís Sepúlveda é um autor chileno, nascido em 1949, que se tornou muito conhecido com o romance "O Velho Que Lia Romances de Amor".
Sepúlveda é descrito como um autor multifacetado, pois os seus livros vão de contos infantis a romances.
"Diário de um Killer Sentimental" é uma novela que, como outras do autor, foi publicada em jornais como "El Mundo" e "El País".
Nesta novela é retratada a história do killer (chamemos-lhe assim, por conveniência), um homem na casa dos quarenta, cuja profissão é a de assassino profissional. A única razão que este apresenta para matar por encomenda é um cheque com seis zeros à direita, livre de impostos. Mas o modo como Sepúlveda apresenta a história faz-nos acreditar que o killer ainda possui humanidade. Apesar de nos sentirmos incomodados pela sua profissão e pela crueza com que o killer fala dela, através da escrita do autor, vêmo-la apenas como um modo de ganhar dinheiro. Deixamos de sentir pena das vítimas e passamos a identificarmo-nos com o killer, com a sua vida e chegamos até a sentir pena dos seus infortúnios.
O killer vai quebrando várias regras ao longo da sua vida. Quando a história começa ele tinha apenas quebrado uma, a de que um killer vive sozinho. Este está apaixonado por uma jovem, a sua "gata francesa", que não desconfia da vida que ele leva. Vivem juntos num andar, nos arredores de Paris. Mas à medida que a história se vai desenrolando, o killer vai quebrando várias regras. Ele começa a questionar-se acerca do mal que terá a sua "encomenda" feito para terem contratado os seus serviços. Esta inquietação provoca mais descuidos por parte do killer. Ele põe a sua vítima de sobreaviso, fica na mira da DEA, a agência anti-droga dos Estados Unidos e, com isso, compromete a sua missão. Como se tudo isto não bastasse, ele perde também a sua "gata francesa", que se apaixonou por um mexicano, quando passava férias no México. Por ser um assassino respeitado, os seus chefes dão-lhe uma última hipótese. Ele tem de descobrir onde se encontra a sua vítima e matá-la sem ser descoberto. É a sua única hipótese, caso não queira ver a sua certidão de óbito assinada. E é nesta face mais negra do autor que vos deixo, com um livro que me apaixonou desde o início e no qual se vê como o mundo é pequeno e onde os finais felizes existem, mas não estão garantidos.

Inês Silva 10ºA

3 comentários:

Fátima Inácio Gomes disse...

Gostei muito da tua abordagem. Uma verdadeira "crítica literária".
Não conheço este, do Sepúlveda, se bem que é um título bem conhecido, e aguçaste-me o desejo de o ler. Ou seja, missão cumprida! ;-)
(emprestas-mo?)

Inês disse...

claro, professora :D
o livro é mesmo pequenito, 60 páginas no máximo
a verdade é que não gosto muito do Sepúlveda, mas este livro é um dos meus preferidos
além disso, enganei-me na parte final. o que eu queria mesmo dizer era: "onde os finais felizes, a existirem, não estão garantidos"
mas ainda bem que a crítica saiu segundo o pretendido, pois não é, de todo, o meu tipo de escrita :)

Anónimo disse...

muito bom muito bom !