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Luís Sepúlveda é um autor chileno, nascido em 1949, que se tornou muito conhecido com o romance "O Velho Que Lia Romances de Amor".
Sepúlveda é descrito como um autor multifacetado, pois os seus livros vão de contos infantis a romances.
"Diário de um Killer Sentimental" é uma novela que, como outras do autor, foi publicada em jornais como "El Mundo" e "El País".
Nesta novela é retratada a história do killer (chamemos-lhe assim, por conveniência), um homem na casa dos quarenta, cuja profissão é a de assassino profissional. A única razão que este apresenta para matar por encomenda é um cheque com seis zeros à direita, livre de impostos. Mas o modo como Sepúlveda apresenta a história faz-nos acreditar que o killer ainda possui humanidade. Apesar de nos sentirmos incomodados pela sua profissão e pela crueza com que o killer fala dela, através da escrita do autor, vêmo-la apenas como um modo de ganhar dinheiro. Deixamos de sentir pena das vítimas e passamos a identificarmo-nos com o killer, com a sua vida e chegamos até a sentir pena dos seus infortúnios.
O killer vai quebrando várias regras ao longo da sua vida. Quando a história começa ele tinha apenas quebrado uma, a de que um killer vive sozinho. Este está apaixonado por uma jovem, a sua "gata francesa", que não desconfia da vida que ele leva. Vivem juntos num andar, nos arredores de Paris. Mas à medida que a história se vai desenrolando, o killer vai quebrando várias regras. Ele começa a questionar-se acerca do mal que terá a sua "encomenda" feito para terem contratado os seus serviços. Esta inquietação provoca mais descuidos por parte do killer. Ele põe a sua vítima de sobreaviso, fica na mira da DEA, a agência anti-droga dos Estados Unidos e, com isso, compromete a sua missão. Como se tudo isto não bastasse, ele perde também a sua "gata francesa", que se apaixonou por um mexicano, quando passava férias no México. Por ser um assassino respeitado, os seus chefes dão-lhe uma última hipótese. Ele tem de descobrir onde se encontra a sua vítima e matá-la sem ser descoberto. É a sua única hipótese, caso não queira ver a sua certidão de óbito assinada. E é nesta face mais negra do autor que vos deixo, com um livro que me apaixonou desde o início e no qual se vê como o mundo é pequeno e onde os finais felizes existem, mas não estão garantidos.
Inês Silva 10ºA
3 comentários:
Gostei muito da tua abordagem. Uma verdadeira "crítica literária".
Não conheço este, do Sepúlveda, se bem que é um título bem conhecido, e aguçaste-me o desejo de o ler. Ou seja, missão cumprida! ;-)
(emprestas-mo?)
claro, professora :D
o livro é mesmo pequenito, 60 páginas no máximo
a verdade é que não gosto muito do Sepúlveda, mas este livro é um dos meus preferidos
além disso, enganei-me na parte final. o que eu queria mesmo dizer era: "onde os finais felizes, a existirem, não estão garantidos"
mas ainda bem que a crítica saiu segundo o pretendido, pois não é, de todo, o meu tipo de escrita :)
muito bom muito bom !
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