Tenho de confessar que esta tarefa está a ser mais complicada do que alguma vez imaginei. Talvez por envolver uma infinidade de sensações e pensamentos impossíveis de transcrever para uma simples folha papel marcada pelo tempo. Para mim estas férias foram muito emotivas, marcantes... intensas. Vivi as férias com vida! Foi a reler as cartas sem remetente, escritas por poetas que fazem parte da minha vida. Cartas antigas... ou não tão antigas assim... Reviver momentos, no meu coração, que serão infinitamente inolvidáveis... Foi olhar o passado, com a alma de quem também sente o presente, e ver reflectidos todos os momentos que aparentavam ser insignificantes no quotidiano de uma estudante… Foram as tardes passadas ao som da música e de lápis a riscar o papel, de traços que ganhavam forma a cada segundo. Foram as gargalhadas no meio da rua e os momentos passados com os amigos e a família. Foi o cheiro a desconhecido... Posso dizer que as férias foram uma enorme diversificação de sensações jamais compreendidas por mim, mas ao mesmo tempo, que me souberam de uma forma muito especial.
Apesar de todos os momentos que vivi, um dos momentos que vai ficar escrito na minha mente para toda a eternidade foram os passados na praia. Mas, porquê a praia? Porquê a areia e as conchas e os búzios... porquê todo o encanto do mar? Será da tranquilidade e segurança que me transmite? Ou talvez por todo o seu encanto e pelos marcantes e ternos momentos passados em família? Talvez estivesse predestinado a ser assim...
A brisa que correu da maré limpava a água do mar que cobria o meu rosto de saudade. A saudade dos tempos em que o tempo corria devagar. O cheiro a maresia envolvia os meus pensamentos e sonhos antigos de pura magia. Era como se voltasse a ser criança... Sentia a areia quente entranhar-se por entre os meus dedos e a água fria do mar cobrir-me a pele de uma fina camada de sal. Foi sentir, novamente, a inocência de um ser que desconhece tanto o seu mundo como o mundo que o rodeia. E vivi aqueles momentos infinitos, que se prolongam até hoje, como uma verdadeira criança, sem pudores dos pensamentos alheios das almas que não têm a capacidade de sonhar.
Enquanto estive sentada na areia e contemplava o mar, todo o meu mundo parecia tão claro! É nestes acontecimentos que, para mim, são tão indefinidos e tão marcantes, que penso. Pensei numa infinidade de coisas, desde as mais simples acções do quotidiano, até um patamar mais complexo, onde ainda não encontrei as respostas às minhas questões. E provavelmente nunca encontrarei uma resposta. Faço perguntas constantemente ao meu ego, ecoando por todo o meu ser, sem nenhuma resposta aparente. E talvez sejam esses momentos em que me encontro somente comig,o que tornam a praia tão mágica e inesquecível.
Senti que estas férias foram diferentes. Não sei bem porquê, mas também acho que nunca virei saber...
Catarina Ribeiro 10ºA
3 comentários:
Belíssimo texto, Catarina. Parabéns. Obrigada. :)
É sempre um prazer poder caminhar pelas palavras de quem as sente e as sabe usar. Também tens o toque das metáforas. Vai ser bonito ver-te crescer por aqui. Tenho a certeza que te sairás bem.
Catarina adorei o teu texto portanto não te preocupes
da tua irma
kel
Adorei o teu testo Catarina....
Bjs Ana
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