Visão do Campo |
Férias, ai as férias de Verão….muito difícil de atribuir um advérbio de tempo, para uns são muito, para outros são pouco, e há ainda aqueles que acham muito pouco. Pois cá eu não sei bem, havia dias que quando acordava pensava: ”Amanhã podiam começar as aulas….Como será a minha turma? E o meu horário?”, mas no instante a seguir, já dava por mim a dizer: “mas, depois de uma semana de aulas queria as férias de Natal…” e assim os dias iam passando, uns mais rápido do que outros, mas ,independentemente disso, todos eles eram um mistério que eu ia desvendando a cada hora, minuto, segundo….
Num desses dias misteriosos, aconteceu o que, para mim, foi o enigma mais esfíngico de toda a minha vida. Talvez esteja a exagerar um bocado, mas a verdade é que este pequeno acontecimento suscitou a minha curiosidade. O porquê de eu ter ficado curiosa (provavelmente já poderíamos ter aqui um tema para uma aula de filosofia, continuando…), isso nem eu própria sei, afinal não foi nada do que eu já não tivesse visto antes, são aqueles pequenos pensamentos que passam na nossa mente quando nós menos esperamos.
Com os braços entrelaçados na janela do meu quarto, lá estava eu a observar um campos ,o pasto onde dois camponeses remexiam intensamente, como se aquela terra fosse a comida que eles colocavam na mesa (em certa parte até era), com aquela pele carbonizada, o rosto fatigado, com todo aquele ardor. Eu não entendia o porquê de eles lá estarem, quer dizer, eu entender até entendia, mas não deixava de me fazer confusão, se eles não tinham ninguém a obrigá-los e estava tanto calor, porque é que não paravam um pouco, e estive um pouco de tempo a tentar organizar aquele baralho de letras e ideias desorganizadas que se encontravam dentro de mim.
Depois de muito pensar, a “teoria” mais aceitável era a que me dizia que, provavelmente, andar no campo, na natureza, não era assim tão mau, nem parecia assim tão aborrecido como às vezes dizem e ,como não há nada melhor do que sermos nós próprios a tirar as nossas próprias conclusões, decidi aventurar-me juntamente com outra pessoa, a quem também este dia lhe deve ter marcado as suas férias e... posso-vos contar que as minhas costas, as minhas mãos e tudo o resto não gostaram, e para quem pensa quem em certas aulas o tempo parece que não passa, bem, ali era bem pior. Mas não houve só aspectos negativos, também houve positivos, pois sobretudo diverti-me imenso e nunca me senti tão livre e “suja” como naquele dia e o produto final até não foi dos piores, mas se me perguntarem se é uma experiência a repetir, eu já irei pensar melhor.
E o dia assim foi passando, não poderei dizer que passou a correr, mas cada um [?] a seu tempo….
Inês Rodrigues, 10º A
1 comentário:
Texto interessante, Inês. Gostei :) tem o seu toque poético e de bom humor.
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