quinta-feira, 4 de junho de 2009

Livros e Gentes




Sempre ouvi dizer que não podemos julgar um livro pela capa. Antes não percebia o porquê desta afirmação, mas, com o passar dos anos, tenho-me apercebido do seu verdadeiro significado. Se julgarmos um livro pela sua capa podemos ser enganados muito facilmente. Qualquer julgamento só pode ser feito tendo um conhecimento mínimo daquilo que está inscrito no seu interior.

O que acontece é que, por vezes, os livros têm uma capa desgastada, ou pouco apelativa, tornando-os pouco atractivos para as pessoas, sendo, por isso, desvalorizados, não deixando, no entanto, de poder ser um livro muito interessante. Como sem ler nunca saberemos se é, ou não, interessante, não podemos colocá-lo de lado sem lhe dar sequer uma oportunidade de avaliar o seu valor.
Quando um livro tem uma capa com uma imagem apelativa, em bom estado, será mais atractivo e levar-nos-á a querer conhecê-lo e lê-lo, este poderá, então, ser interessante, ou desiludir-nos muito, pois, pela mera observação da sua capa, fomos mais uma vez, enganados, verificamos que, afinal, não tem nada de interessante, ficando perante a chamada leitura “light”, que não exige muito esforço para percorrer aquela aventura.
Nós, seres humanos, por vezes não agimos da melhor maneira, discriminando e excluindo aquilo que não tem boa aparência e que nos pode surpreender positivamente, mas que, só pelo facto de ser diferente já não temos a capacidade de aceitar tão bem, pois interfere com os nossos valores, com a nossa vida e com o nosso dia a dia. Aceitamos mais facilmente aquilo que tem boa aparência e que é da nossa preferência, mas que nos pode desiludir pela futilidade ou outro defeito. O exterior engana. A essência permanece.

Tudo isto para dizer que um livro com uma má capa pode não ser de rejeitar e um com uma bela capa aceite pela primeira impressão, mas sim que temos que dar a todos os livros uma oportunidade e tentar conhecê-los. Só depois podemos tirar conclusões sobre ele, até pode ser que a capa transmita o conteúdo do livro, mas nunca se sabe com o que poderemos contar. Por isso nunca devemos julgar um livro desta forma.



Melânia Carvalho, 12ºB

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Gostei muito do ponto de partida do teu texto, Melânia. Uma belíssima relação.
Contudo, devo confessar que a conclusão me baralhou... de repente, quando pensava que estavas a explorar o discurso metafórico, acabas com o sentido literal.
:p