Este é um espaço para os meus alunos de Português... os que o são, os que o foram... os alunos da Escola Secundária de Barcelos... (e seus amigos que, se "vierem por bem", serão muito bem recebidos!)... Poderá vir a ser um ponto de encontro, onde a palavra escrita imperará, em liberdade, criativamente, para além das limitações da sala de aula, porque acreditamos que escrever não é "um acto inútil"... inútil é calar.
segunda-feira, 1 de junho de 2009
We make our own luck!
Ambição. Será algo assim tão mau? Vivemos rodeados de grandes nomes, de grandes “fantasmas”: Guilhermina Suggia (para quem não sabe, é a violoncelista do retrato), Jaqueline Du Pré, Tchaikovsky, Mozart, Dali, Einstein, Deus(!)... Mas porquê? De onde apareceram tais “génios”?
Para se conseguir o que se quer na vida, temos de Querer e Crer (em nós). Falando de algo que sei mais, do ver, do ouvir, ou ambos, uma música, pensamos que os indivíduos que estão lá a “dar” música não mostram que aquilo lhes deu trabalho: as leituras, as articulações, os tempos, as notas, os ritmos, os treinos [ensaios] com os outros e, por fim, o concerto: os nervos, a exposição e a concentração… Mas nada disso se vê, portanto, que interessa?
Já nas aulas de Ballet se dizia:
- Dói-vos os braços em quinta posição? Têm de aguentar. Têm de parecer leves como penas e têm de estar sempre a sorrir.
E é assim com tudo. Achavam mesmo que coisas como a Teoria da Relatividade apareceram do nada? (pois, vamos excluir a maçã do Sir Newton). E músicas como o Concerto de Elgar para Violoncelo? E a Flauta Mágica de Mozart? (bem, vindo de Mozart, não sei o que esperar…). Voltando ao tema que “me trouxe aqui”: se desejamos algo, porque esperamos que isso aconteça? Talvez seria mais fácil... deixa cá ver... trabalhar? Por vezes dá trabalho (que ironia) mas, acredita, compensa. Por exemplo, quando eu (mas que belo exemplo que sou) ouço o Concerto de Elgar para Violoncelo, acima mencionado, imagino-me a tocar aquilo, à frente de uma orquestra, em frente a um público “esfomeado” por música… E depois acordo, olho para as coisas que tenho de estudar e penso: “Hei-de chegar lá… um dia…”.
De facto, temos de aguentar muito para alcançar os nossos objectivos e muitos não estão dispostos a isso ou, simplesmente não o desejam. Por estranho que possa parecer, até vejo o sucesso, a glória, como algo primário: “Quero ser conhecido! Quero fama! Quero poder!” Não? Vejamos de outro modo: “Quero ganhar este concurso! Quero que as minhas ideias sejas conhecidas!” Se for, de facto, algo primário, então, porque o quero?
Na minha opinião, depois da morte, as reacções químicas do cérebro acabam, os sentimentos acabam, as emoções acabam e nós desaparecemos. Passamos a ser um amontoado de matéria sem vida. Muitos pensariam que esta é uma forma muito derrotista de ver a morte, mas pensemos assim: se isso for verdade, a única coisa que interessa, é o que fazemos durante a vida. Temos de nos transformar em “fantasmas” (e húmus). Tal como Guilhermina Suggia, Jaqueline Du Pré, Tchaikovsky, Mozart, Dali, Einstein… Fazer da morte, uma continuação da vida… na memória dos outros.
Anita Magalhães Faria
12ºC
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1 comentário:
Obrigada por este percurso musical, Anita (e pelo ballet, que não me é nada desconhecido). Foi bom! :D
Já agora, já leste o romance de Mário Cláudio sobre a Suggia? Chama-se mesmo, "Guilhermina".
Já agora... põe aqui o link para o concerto de Elgar que referes(aparecerá no youtube, com certeza). ;-)
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