terça-feira, 1 de maio de 2012

"A mim o que me preocupa é o que me rodeia" - as preocupações







A toda a hora chegam até nós informações que nos deixam preocupados. Seja a nível pessoal, social… e a verdade é que a nossa sociedade é bastante preocupada com inúmeras situações. Se por alguma razão válida, ou por simples curiosidade, fizermos uma pesquisa sobre a sociedade portuguesa, desde logo nos deparamos com títulos e cabeçalhos que são introduzidos com: “ Portugueses preocupados com...”, “Portugueses são os mais preocupados da Europa com…” … Não sei até que ponto isto é saudável, se é que existe algo benéfico nisto!
Sentemo-nos e prestemos o mínimo de atenção àqueles que nos informam sobre a situação do nosso país. Estou confiante de que, no final, o que ouvimos nos vai ocupar a mente servindo, talvez, para tema de conversa ou, simplesmente, para nos preocupar. Como é óbvio o problema é geral, não nos cabe só a nós ficarmos preocupados e tentarmos solucionar tal, até porque é muito pequeno o poder que temos para fazer algo em relação a isso. Mas não devia ser assim… são estes problemas, estas situações que alteram a nossa maneira de estar na vida, interferindo assim na nossa vida pessoal. E aí, como já nada é geral, temos todo o direito de decidir por nós próprios o que vamos fazer. No entanto, não é assim tão fácil. Quantas e quantas vezes os problemas de uns, neste caso de todos, afectam uma minoria? E isto é o que se passa na actualidade. As preocupações “externas”, digamos assim, invadem a nossa privacidade apoderando-se, por vezes, do bom ambiente familiar, da estável vida pessoal, e introduzindo pensamentos mais negativos, que, depois de afectar cada um de nós, vai afectar a maneira como encaramos a vida e os que nos rodeiam.
Parece-me que é sempre assim no que toca à preocupação. Parte sempre de fora. Nasce sempre dos outros. Não nos podemos preocupar sem uma razão aparente, e só atingimos esse estado quando nos é contado algo, quando nos deparamos com algo, quando algo nos rodeia. A verdade é que todos somos bastante influenciáveis, não pelas mesmas coisas, mas todos nos preocupamo-nos com demasiados aspectos sejam eles sobre nós ou não. Devia ser de outra forma, mas nenhum de nós consegue ficar indiferente a uma novidade, a uma nova situação, acabamos sempre por nos envolver. Podemos até pensar que são essas coisas que vêm ter connosco, mas, na minha opinião, nós é que nos relacionamos com elas.
Não teríamos outro estado de espírito se cada um de nós se preocupasse apenas com o que é seu? Acredito que se assim fosse seríamos mais felizes, mais “livres”, pois a nossa mente não estaria ocupada com aspectos que nos afectam de forma negativa. As pessoas não se preocupariam tanto umas com as outras, o que levava a que se metessem menos na vida uma das outras. A verdade é que sou suspeita em relação a tudo o que disse até agora, sou das primeiras a ficar preocupada com tudo: comigo, com os meus, e se souber algo de outros que aparentemente não conheço, admito que isso permanece no meu pensamento durante algum tempo. Por isso, este texto não passará de uma crítica à minha pessoa, e a todas as outras que são como eu. Não pretendo interpretar [] isto como uma repreensão, mas sim como um conselho que todos devíamos seguir, apesar de ser difícil, admito. Passou-me agora pelo pensamento aquele ditado popular: “ Façam o que digo, mas não façam o que eu faço”. Acho que todos temos essa ideia dentro de nós, apesar de o fazermos de forma involuntária.
Voltando novamente ao assunto principal, ultimamente tem-se falado que a juventude está a crescer de uma forma demasiada acelerada. O que supostamente se fazia a uma certa idade, faz-se agora mais antecipadamente. Relacionando com o tema que estamos a tratar, não vejo vantagens em fazer essa evolução de forma mais apressada, pois mais cedo começam a aparecer as preocupações. Estas, que aos olhos dos verdadeiros adultos não passam de “canalhices” ou “coisas de adolescentes”. E nesta fase da nossa vida é quando mais nos interessamos pela vida dos outros. Talvez por termos várias “amizades”, e basta isso para a vida dessas pessoas andarem sempre na mente e na boca das outras. Este facto nunca teve resultados, maioritariamente, positivos, porque coisa que não queremos é que falem de nós sem sabermos o que é dito, e isso, claro, preocupa-nos. E assim nascem os desentendimentos, os desgostos. Há sempre aquelas pessoas que pouco se importam se isso acontece ou não, mas a mim faz-me confusão e preocupa-me o facto de as pessoas nutrirem umas pelas outras sentimentos negativos. Ninguém é obrigado a gostar de ninguém, mas acredito que há sempre uma maneira de arranjar as coisas, começando pela honestidade. Se as preocupações nos levam a estados menos felizes, a honestidade parece-me capaz de abrir novamente esses caminhos. O facto de sermos honestos uns com os outros e sabermos o que realmente cada um pensa de nós, afasta-nos das preocupações que tínhamos sobre como aqueles que nos rodeiam se referem a nós.
Mas vá… já chega de “sonhar”. Nunca iremos chegar a esse ponto. Iremos sempre estar preocupados com tudo o que nos rodeia, embora não seja o melhor estilo de vida a adoptar.


                                                                                                                                                              
Carolina Brito,  11ºA

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