"E" e "Se" são duas
palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra, mas coloque-as juntas lado a
lado, e elas têm o poder de assombrá-la pelo resto da sua vida. "E
se".. E se? E se?
Do filme Cartas para Julieta, de Gary Winick, 2010
Toda
a gente questiona o facto de e se tivéssemos feito as coisas de outra maneira?
E se tivéssemos dito o que era suposto em vez de fingirmos, ou em vez de dizermos
uma coisa não verdadeira. E se um dos nossos atos pudesse ter mudado o futuro
de alguém? Ou o nosso futuro?
A
maioria das pessoas tem medo de agir, principalmente, no que diz respeito ao
amor, e prefere ficar a sofrer que ir à luta pelo que realmente quer e
depois fica a pensar, quando se encontra naqueles momentos de solidão: e se
eu tivesse ido, e se eu tivesse lutado pelo que realmente queria? Se o tivesse
feito poderia estar melhor.
Dizem
que na vida só há um grande amor, e se por alguma razão o perdermos? Já
imaginaste sofreres o resto da tua vida, por saberes que podias ter feito mais
e, no entanto, não o fizeste? Saberes que podias ter dito mais uma vez "amo-te" e,
em vez disso, teres tido uma discussão: E se eu lhe tivesse dito "amo-te"? Será
que ele ainda estaria aqui? E se eu tivesse ido atras dele, será que teria
feito alguma diferença? E se eu tivesse corrido o risco? E se… E se..
Vamos
estar sempre a pensar no “E se”, pois em todas as escolhas que fazemos há uma
que fica para trás, e no futuro iremos pensar, "e se eu tivesse seguido outro
caminho"? Vai-nos assombrar para sempre, mas, mesmo assim, não nos podemos
conformar, temos que arriscar, ver se ainda há alguma coisa que possamos fazer, pois
uma vida sem riscos não é uma verdadeira vida.
E
a vida é feita de oportunidades, mas nem sempre teremos uma oportunidade para
remediarmos o que fizemos, por isso temos de aproveitar as oportunidades, pois
elas não duram para sempre, e se queremos olhar para trás e pensar “ainda bem
que eu fui atrás dele, ainda bem que corri o risco”, temos mesmo de correr o
risco e não ficarmos parados a pensar no que poderíamos ter feito e não
fizemos. Pois não sabemos se o amor de uma vida pode ter uma segunda
oportunidade.
Mas
a vida é assim, feita de erros, e ainda bem que assim o é, pois os erros
fazem-nos crescer como pessoas, e se não tivéssemos cometido erros não seríamos
as pessoas que somos nos dias de hoje. E aprendemos que o amor não consiste na
nossa felicidade, pois se assim fosse o amor seria egoísta e ele não é, o amor
consiste na felicidade das pessoas que amamos, pois, por mais difícil que seja,
quando amamos alguém nunca o queremos ver a sofrer, não importa quão doloroso
seja para nós, o que interessa é que esse alguém esteja feliz.
BRUNA CASTRO, 11ºA
2 comentários:
Agora lembrei-me duma frase... "Não há oportunidades perdidas. As que tu perdeste, outra pessoa irá aproveitar."
Realmente é mesmo assim. Mas temos que aprender com os erros para da próxima não repetirmos as mesmas coisas.
Gostei, Bruna :b
De facto, é um pensamento recorrente, esse que nos trazes aqui, Bruna.
Da minha parte, se bem que, como qualquer comum mortal, também me ocorra esse pensamento, não o defendo. A vida é feita de acordo com as nossas opções e ficam feitas. Se num dado momento opto por um determinado caminho foi porque, em consciência, o considerei melhor. Não importa se o era ou não. Importa é que foi a minha opção e por ela respondo.
O "e se" não é compatível com uma vivência consciente ;-)
"Mas a vida é assim, feita de erros, e ainda bem que assim o é, pois os erros fazem-nos crescer como pessoas" - é um pensamento comum, mas, se reparares, não é uma verdade em absoluto. Não são os erros que nos "fazem crescer" - é a nossa capacidade de crescer. Há quem erre e nunca tire lições.
"e se não tivéssemos cometido erros não seríamos as pessoas que somos nos dias de hoje." - mas que tipo de pessoas? a grande diferença está aí :)
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