segunda-feira, 5 de março de 2012

REcriar




"E" e "Se" são duas palavras tão inofensivas quanto qualquer palavra, mas coloque-as juntas lado a lado, e elas têm o poder de assombrá-la pelo resto da sua vida. "E se".. E se? E se?  

Do filme Cartas para Julieta, de Gary Winick, 2010




Toda a gente questiona o facto de e se tivéssemos feito as coisas de outra maneira? E se tivéssemos dito o que era suposto em vez de fingirmos, ou em vez de dizermos uma coisa não verdadeira. E se um dos nossos atos pudesse ter mudado o futuro de alguém? Ou o nosso futuro?
A maioria das pessoas tem medo de agir, principalmente, no que diz respeito ao amor, e prefere ficar a sofrer que ir à luta pelo que realmente quer e depois fica a pensar, quando se encontra naqueles momentos de solidão: e se eu tivesse ido, e se eu tivesse lutado pelo que realmente queria? Se o tivesse feito poderia estar melhor.
Dizem que na vida só há um grande amor, e se por alguma razão o perdermos? Já imaginaste sofreres o resto da tua vida, por saberes que podias ter feito mais e, no entanto, não o fizeste? Saberes que podias ter dito mais uma vez "amo-te" e, em vez disso, teres tido uma discussão: E se eu lhe tivesse dito "amo-te"? Será que ele ainda estaria aqui? E se eu tivesse ido atras dele, será que teria feito alguma diferença? E se eu tivesse corrido o risco? E se… E se..
Vamos estar sempre a pensar no “E se”, pois em todas as escolhas que fazemos há uma que fica para trás, e no futuro iremos pensar, "e se eu tivesse seguido outro caminho"? Vai-nos assombrar para sempre, mas, mesmo assim, não nos podemos conformar, temos que arriscar, ver se ainda há alguma coisa que possamos fazer, pois uma vida sem riscos não é uma verdadeira vida.
E a vida é feita de oportunidades, mas nem sempre teremos uma oportunidade para remediarmos o que fizemos, por isso temos de aproveitar as oportunidades, pois elas não duram para sempre, e se queremos olhar para trás e pensar “ainda bem que eu fui atrás dele, ainda bem que corri o risco”, temos mesmo de correr o risco e não ficarmos parados a pensar no que poderíamos ter feito e não fizemos. Pois não sabemos se o amor de uma vida pode ter uma segunda oportunidade.
Mas a vida é assim, feita de erros, e ainda bem que assim o é, pois os erros fazem-nos crescer como pessoas, e se não tivéssemos cometido erros não seríamos as pessoas que somos nos dias de hoje. E aprendemos que o amor não consiste na nossa felicidade, pois se assim fosse o amor seria egoísta e ele não é, o amor consiste na felicidade das pessoas que amamos, pois, por mais difícil que seja, quando amamos alguém nunca o queremos ver a sofrer, não importa quão doloroso seja para nós, o que interessa é que esse alguém esteja feliz.


BRUNA CASTRO, 11ºA

2 comentários:

Mayara Rodrigues disse...

Agora lembrei-me duma frase... "Não há oportunidades perdidas. As que tu perdeste, outra pessoa irá aproveitar."
Realmente é mesmo assim. Mas temos que aprender com os erros para da próxima não repetirmos as mesmas coisas.
Gostei, Bruna :b

Fátima Inácio Gomes disse...

De facto, é um pensamento recorrente, esse que nos trazes aqui, Bruna.
Da minha parte, se bem que, como qualquer comum mortal, também me ocorra esse pensamento, não o defendo. A vida é feita de acordo com as nossas opções e ficam feitas. Se num dado momento opto por um determinado caminho foi porque, em consciência, o considerei melhor. Não importa se o era ou não. Importa é que foi a minha opção e por ela respondo.
O "e se" não é compatível com uma vivência consciente ;-)

"Mas a vida é assim, feita de erros, e ainda bem que assim o é, pois os erros fazem-nos crescer como pessoas" - é um pensamento comum, mas, se reparares, não é uma verdade em absoluto. Não são os erros que nos "fazem crescer" - é a nossa capacidade de crescer. Há quem erre e nunca tire lições.

"e se não tivéssemos cometido erros não seríamos as pessoas que somos nos dias de hoje." - mas que tipo de pessoas? a grande diferença está aí :)