Eles são a prova de que um acto vale mais do que mil palavras.
Não falam, ou pelo menos não falam a nossa língua, e ainda assim é possível amá-los de um modo que não tem explicação. É possível amá-los incondicionalmente. Eles mordem-nos, eles murcham as orelhas, dizem que não querem e fazem-nos cair. Atiram-nos cá para baixo e fogem a correr, não esperam por nós! E ainda sim, é uma alegria vê-los. É uma paixão por eles! Controlam, por vezes em demasia, a nossa vida e é impossível resistir-lhes.
Mas um acto vale mais do que mil palavras, e cada vez que o vejo sei que nunca o vou deixar. Eu entro na boxe, ele murcha as orelhas. Eu escovo-lhe o pêlo, ele murcha as orelhas. Eu monto, ele foge. Eu estou a montar e ele vem morder o meu estribo. Eu erro, ele pára. Ele pára, provavelmente eu caio. Eu caio, ele foge. Eu dou-lhe banho, ele pisa-me! Eu ponho-o na boxe, ele foge e nem me deixa tirar o cabeção. Eu dou-lhe uma cenoura, ele consegue trincar-me o dedo também! Eu dou-lhe ração, ele murcha as orelhas.
Mas: Eu dou-lhe uma festa e ele encosta-se e pede mais. Eu encosto-me a ele e ele fica quieto, a segurar-me. Eu chamo "Gospel!" e ele levanta a cabeça com o seu ar imponente à minha procura. Eu não erro e ele salta, e dá tudo por tudo para fazê-lo bem. Eu não erro, e ele faz-me ganhar. E sem a vontade dele não seria possível.
Eu estendo-lhe a mão, ele lambe-a, olha para mim com aqueles olhos e conquista-me. Não diz nada… Mas também, palavras para quê?
Ana Luísa, 10º A
2 comentários:
Poucas vezes montei um cavalo, mas sempre que o fiz, deliciou-me. Fazem-nos sentir conquistadores!
É maravilhoso ver o teu amor com os animais, Ana (:
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