«Olá, guardador de rebanhos,
Aí à beira da estrada,
Que te diz o vento que passa?»
«Que é vento, e que passa,
E que já passou antes,
E que passará depois.
E a ti o que te diz?»
«Muita cousa mais do que isso.
Fala-me de muitas outras cousas.
De memórias e de saudades
E de cousas que nunca foram.»
«Nunca ouviste passar o vento.
O vento só fala do vento.
O que lhe ouviste foi mentira,
E a mentira está em ti.»
Este poema de Alberto Caeiro foi escrito usando o verso livre, com métrica irregular, é constituído por um terceto e três quadras, sem rima definida. O poema é escrito em linguagem simples, acessível.
Na primeira estrofe, este fala como se fosse um guardador de rebanhos, como já havia falado noutros poemas de sua autoria, e elabora um diálogo com alguém que racionaliza, podendo ser Fernando Pessoa. Neste caso, assisti-se a um diálogo entre Pessoa e Caeiro junto a uma estrada desta nossa vida. Pessoa pergunta-lhe que lhe diz o vento, este responde a coisa mais simples, com ausência de qualquer tipo de racionalização, que é apenas vento e que passou e passará sempre, devolvendo a pergunta. Este [???] tem uma resposta muito mais elaborada, dizendo que lhe traz à lembrança muitas outras coisas para além do vento, dando ao vento a subjectividade própria de um sujeito lírico, com memórias de outrora .
Na última estrofe ocorre uma resposta de Caeiro, colocando a pergunta se ele [?] nunca tinha ouvido o vento, já que o que se ouve é apenas o vento, nada mais, é apenas aquela sensação de passagem. Dizendo que a mentira está dentro deste, entranhada em si, na sua cabeça, no seu lirismo, na sua racionalização.
Este poema gira em volta de interrogações, com uso de repetições e personificações-
Este poema para mim foi importante porque demonstra a capacidade simples de observar e sentir o vento.
Filipe Miranda Mota, 12º B
1 comentário:
gosto da tua análise por isso acho que és uma boa pessoa
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