domingo, 30 de novembro de 2008

Quando é que o cativeiro acabará em mim


Quando é que o cativeiro
Acabará em mim,
E, próprio dianteiro,
Avançarei enfim?

Quando é que me desato
Dos laços que me dei?
Quando serei um facto?
Quando é que me serei?

Quando, ao virar da esquina
De qualquer dia meu,
Me acharei alma digna
Da alma que Deus me deu?

Quando é que será quando?
Não sei. E até então
Viverei perguntando:
Perguntarei em vão.

Fernando Pessoa



Eu escolhi este poema porque me identifico com ele.
Quando será que vou descobrir quem sou, quando é que vou sair da prisão dos meus problemas? A minha alma será digna? Será que Deus foi generoso comigo ao conceder a alma que me pertence?
Mesmo não obtendo as respostas, a nossa vida segue em frente, é um ciclo, à medida que a vida prossegue aparecem novas perguntas para as quais não obteremos sempre resposta.
Estas perguntas podem ser desnecessárias, mas quando estou um pouco em baixo e penso na minha vida, no meu futuro, faço as mesmas perguntas, mesmo sabendo que não vou obter qualquer resposta, mas sempre que estiver em baixo as continuarei a fazer.
Estas perguntas estarão sempre no meu inconsciente à espera de uma resposta que me satisfaça, sem me provocar mais dúvidas no meu interior.

Miguel Pinheiro 12ºB

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