Para sentir em pensar.
Meu coração faz sorrir
Meu coração a chorar.
Depois de parar de andar,
Depois de ficar e ir,
Hei de ser quem vai chegar
Para ser quem quer partir.
Viver é não conseguir.
(Fernando Pessoa)
Para mim este poema demonstra certos aspectos da vida humana. Uns dias estamos felizes e a “sorrir”, outros dias estamos deprimidos e a “chorar”. Pessoalmente, tenho uma visão negativista da vida, acredito que o ser humano não tem uma vida feliz, tem sim, dias felizes e dias menos felizes. E este poema demonstra isso mesmo: a dualidade em que muitas vezes vivemos, como por exemplo, o “sorrir” e o “chorar” ou o “ partir” e o “chegar”, de certo modo representam a indecisão que nos assalta sem ter hora marcada e nos leva a passar noites sem dormir.
Em certa medida, esta dualidade existe em Fernando Pessoa, existem momentos em que ele se apresenta como uma pessoa racional e outros em que se mostra uma pessoa nostálgica.
É notório no poema um paralelismo antitético, respectivamente nos seguintes versos: “ Meu coração faz sorrir / meu coração a chorar”, que demonstram que o coração tem duas funções: a de fazer “sorrir” e a de “chorar” (dualidade).
“Viver não é conseguir” – na minha opinião, esta é a frase chave para se terem dias felizes. Não importa apenas levantar troféus, importa também ajudar outras pessoas a levantá-los. Penso que não devemos passar uma vida só a conseguir, também devemos desfrutar do que conseguimos. Por vezes, temos de ter algum tempo para digerirmos o que nos acontece. E devemos, por momentos, “deixar o mundo girar para o lado que quer”.
Inês Fernandes 12ºF
1 comentário:
Análise muito sensível e pessoal.
Gostei, por isso mesmo, Inês.
Obrigada.
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