quarta-feira, 21 de novembro de 2012

Quando se olha por dentro o que se vê?






A nossa sociedade é complexa, cheia de dilemas e de complicações, muitas vezes desnecessárias.
Atualmente, temos passado por tempos difíceis, em que muita gente luta não apenas para viver melhor, mas sim para sobreviver. Nesta sociedade egoísta, muitos valores têm sido esquecidos, muitos inocentes têm sofrido, muito cega é a justiça aos olhos de quem só se vê a si mesmo, porque, como na lei da selva, só os mais fortes sobrevivem. E os fortes são os que lutam para viver, os que trabalham duro, os que vivem felizes com o pouco que têm, os que levam uma vida humilde e que ajudam os outros? Não, esses estão escondidos, esses não são revelados. Porque os poderosos, esses, são famosos, são reconhecidos, são os que dão a cara, os que têm o dinheiro, os estudos, o poder. São esses os heróis que ganham a luta, que sobrevivem à batalha e desfrutam da sua vitória, à custa dos fracos, seus prisioneiros de guerra, que não merecem a mesma honra que eles. Numa sociedade em que todos são livres, todos têm direitos, mas só alguns os aproveitam...
Essas caras felizes que vemos na televisão, todas maquilhadas, todas bem parecidas, que muito sabem da vida, muito dizem nos programas que mostram a vida real das pessoas (mas não por detrás das câmaras ), onde se aprende muita coisa, que ganham dinheiro à custa da sua cultura (ou da ausência dela), que mostram beleza, poder, dinheiro e prazer, onde se agridem e se pisam uns aos outros para serem os favoritos, e que ainda assim ganham à nossa custa... Por que continuamos a acreditar neles? Por que queremos imitá-los, por que vemos neles boas pessoas se por baixo das plásticas não encontramos algum valor? Por que é que agradamos aos olhos e não ao coração? Será que ele não precisa? O espelho não reflete a alma... e os verdadeiros não se exibem.
Continuamos a dar de comer a quem nos rouba e a roubar quem nos ajuda, acreditamos nos mentirosos e condenamos os honestos, prendemos os inocentes e os criminosos lideram-nos, fazemos uma vénia aos doutores (que pagaram para saber) e desprezamos os pobres que vivem honestamente e aprenderam por si próprios.  Será que se abrirmos os ídolos e olharmos lá para dentro, vemos o que pensávamos?
O melhor é abrir os olhos e ajudar quem precisa, porque de pessoas egoístas já o mundo está cheio, não é preciso aplaudir cada um deles... Se tão bons são assim, hão-de safar-se sozinhos. As verdadeiras estrelas brilham no escuro e não à luz do dia, brilham por si próprias e não com a luz dos outros. Elas não se veem com as luzes das cidades acesas, mas estão lá. Quando as virmos, talvez encontremos o caminho.





Cristina Rafaela, 11ºF
               

1 comentário:

Fátima Inácio Gomes disse...

Bravo!

Não faz lembrar alguém :)

"A primeira coisa que me desedifica, peixes, de vós, é que vos comeis uns aos outros। Grande escândalo é este, mas a circunstância o faz ainda maior। Não só vos comeis uns aos outros, senão que os grandes comem os pequenos. Se fora pelo contrário, era menos mal. Se os pequenos comeram os grandes, bastara um grande para muitos pequenos; mas como os grandes comem os pequenos, não bastam cem pequenos, nem mil, para um só grande."